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Adubo de qualidade exige cuidado ambiental

Para que o lodo possa ser aproveitado, é preciso preservar mananciais e controlar a coleta de esgoto


Os investimentos necessários à produção de lodo como fertilizante são altos, uma vez que a atividade vai da recepção ao tratamento da água e do esgoto. Atualmente, envolvem R$ 2 milhões do Programa de Ace­leração do Crescimento (PAC) mais R$ 8,3 milhões que de­­vem ser aplicados na Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Belém, em Curitiba. A Sanepar divulga investimento geral de R$ 840 milhões na ampliação da coleta e tratamento de esgoto em todo o estado.

Na prática, a qualidade do lodo retrata o cuidado com os mananciais de água e a coleta e tratamento de esgoto, afirma a diretora de Meio Ambiente e Ação Social da Sanepar, Maria Arlete Rosa. A empresa informa que monitora com testes de laboratório tudo que entra na rede de saneamento.

O perigo para a produção de fertilizante é que haja metais pesados e outras substâncias transferíveis por plantas ao consumidor. Além dos testes na água e no esgoto, é necessário avaliar o produto final. O lodo passa por um processo de limpeza à base de cal, que eleva a temperatura do material e altera sua acidez, e depois segue para testes.

“Se houver metal pesado, o esgoto não serve para produção de fertilizante. Todo o ma­­terial descartado segue então para os aterros”, conta o gestor da Unidade de Geren­ciamento de Lodo CIC-Xisto, Marino Ku­­me­gawa. No caso de os testes apontarem índice elevado de vermes nos lotes de lodo, o material precisa passar por novo tratamento, relata. Até hoje, em Curitiba e Foz, ne­­nhum lote foi descartado, conforme a Sanepar.

O programa do lodo ganhou importância dentro da Sanepar pela pressão ambiental, relata a diretora Maria Arlete Rosa. Em 2003, a empresa tinha R$ 180 milhões em passivos ambientais, lembra. O aproveitamento de material que seria depositado em aterro traz economia e atende melhor ao “novo perfil” da companhia, considera. Ela conta que as medidas tomadas nos últimos cinco anos serão apresentadas ao Ministério Público para uma reavaliação da empresa. Ainda é possível aproveitar melhor o esgoto, pontua. Uma alternativa é a produção de combustível. Hoje o gás metano gerado nas estações de tratamento é queimado.

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