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AgCert investe em crédito de carbono

A AgCert inaugura projeto de MDL, um biodigestor pode converter o gás metano dos dejetos de 3 mil suínos


A AgCert, empresa de soluções ambientais, inaugura nesta sexta-feira (22-07), na Fazenda Ressaca, em Bom Despacho (MG), seu maior projeto de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), um biodigestor com capacidade de converter o gás metano gerado pelos dejetos de 3 mil matrizes suínas em dióxido de carbono. Os investimentos somam R$ 750 mil e serão desembolsados pela AgCert durante dez anos.

No período, a empresa quer investir de US$ 100 milhões a US$ 150 milhões no Brasil, em projetos em fazendas de suínos e bovinos, informa o diretor de operações ambientais, Lew Smyrnios. Os aportes serão utilizados desde a infra-estrutura até as operações de venda dos créditos de carbono.

"Cada matriz de ciclo completo, com cerca de 26 leitões, produz anualmente entre nove e dez créditos de carbono", conta a gerente de operações ambientais para a América do Sul, Josefa Garzillo. Ela diz que o potencial de geração de créditos de carbono pela Fazenda Ressaca é de 27 mil a 30 mil créditos.

Este é o primeiro projeto da empresa inaugurado após a entrada em vigor do Protocolo de Quioto, em fevereiro deste ano. O documento estabeleceu a meta de redução pelos países signatários dos gases causadores do efeito estufa em 5,2% até 2012, ante os níveis de 1990. "O biodigestor é forrado por lona, o que o torna impermeável, impedindo a contaminação do solo e lençóis freáticos. O metano é queimado e convertido em CO2, cujo potencial causador do efeito estufa é 21 vezes menor", diz.

A metodologia do projeto da Fazenda Ressaca foi submetida à comissão interministerial brasileira e, se aprovada, será apresentada ao comitê executivo da Organização das Nações Unidas (ONU). "Esperamos dar início à comercialização de créditos de carbono ainda este ano", afirma Smyrnios. A Agcert firma parcerias nas quais fica responsável por todo o investimento e fica com 90% dos créditos de carbono gerados. Os criadores ficam com 10%, além dos sub-produtos gerados (fertilizantes e o gás resultante da queima, que pode ser utilizado como energia).

O primeiro projeto da AgCert foi inaugurado no País na Granja Becker, em Patos de Minas (MG), em 2004. A AgCert possui 250 projetos no Brasil em diversas fases. A empresa mantém contato com 700 suinocultores e tem a expectativa de atender 1500 produtores. O valor investido por projeto depende do tamanho da fazenda, do tipo de solo e da localização das fazendas. Os recursos aportados são da XL Tech Group e Andlinger Co., além do Banco Mundial.

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