Agricultor do Noroeste do PR teve perda de 70% no milho
Além das geadas de junho, caíram 285 milímetros de chuva na região
Depois de ficar por quase 15 dias com a colheitadeira parada por causa das chuvas de agosto, sem ter como tirar o milho safrinha da lavoura, o agricultor Pedrinho Riva voltou a campo já contabilizando os prejuízos. Além das geadas de junho, caíram 285 milímetros de chuva na região. “O milho já deveria estar na cooperativa, mas a chuva atrapalhou a colheita. Com esse atraso, o grão perde peso, qualidade e valor na hora de entregar na cooperativa”, reclama Riva, que tinha expectativa de colher até 70, mas está obtendo uma média de 20 sacas por hectare. A diferença é de 70%. Ele atua em Campo Mourão, no Noroeste do estado.
“Em alguns pontos, a produção será ainda menor. A geada acabou com as minhas expectativas”, lamenta. Sem o frio, a planta teria mais resistência à umidade. Ele acredita que a produção não deve cobrir os custos da lavoura. “Para pagar as despesas, a média por hectare deveria ser de no mínimo 41 sacas”, explica.
O agricultor Antônio Aparecido Neves acredita que teve perdas de 10% a 25% por conta das geadas e das chuvas. “A geada prejudicou o desenvolvimento da cultura e o atraso na colheita deixou o milho ácido. A cooperativa desconta na hora da entrega da produção. É prejuízo de todos os lados”, diz Neves.
Pressa
Mesmo com o milho ainda úmido na lavoura, o agricultor Romeu José Angheben decidiu colher para liberar o pasto ao gado e para não correr risco com novas chuvas. Ele tinha expectativa de colher uma média de 74 sacas por hectare, mas a produção caiu para 50. “A queda na produção foi devido à geada. A chuva atrapalhou apenas na hora de colher. Espero ter o mínimo de desconto na cooperativa.”
A previsão do Departamento de Economia Rural (Deral), órgão da Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento (Seab), é que nessa safra a produção de milho safrinha seja de 410,8 mil toneladas no município de Campo Mourão.
