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Agricultura de precisão também é realidade em pequenas propriedades

Nova forma de gerenciar a propriedade aumenta a produtividade safra após safra


O emprego da agricultura de precisão têm se mostrado como uma excelente estratégia para o aumento de produtividade no campo sem necessidade direta da ampliação das áreas plantadas, conseguindo a redução de custos e a diminuição dos impactos ambientais
 
A agricultura de precisão ou sua utilização tornou-se mais conhecida devido aos avanços e à difusão dos sistemas de informações e posicionamento geográficos. Utilizados no monitoramento da colheita, aliados à informática e ao uso de grandes máquinas agrícolas, como colheitadeiras e semeadoras, os equipamentos da agricultura de precisão sempre foram utilizados em grandes empreendimentos agropecuários.

Por isso, sempre ao se pensar em agricultura de precisão logo se imagina equipamentos sofisticados, sem falar nas grandes extensões de terra necessárias para a aplicação dos equipamentos e consequentemente, muitos recursos financeiros. Mas à medida que a propagação destas novas tecnologias vai se difundindo, a realidade encontrada no Brasil atualmente está mudando. Hoje agricultura de precisão está ao alcance de todos.

“Quando fala-se em agricultura de precisão, automaticamente nos remetemos a culturas como soja, milho, porém essa nova tecnologia está cada vez mais usada em outras áreas como hortifruticultura, zootecnia de precisão e atividades silvo pastoris. Com a popularização destes novos métodos, os preços tendem a cair ficando mais acessíveis. Abre-se um grande leque de oportunidades, na prestação de serviços pois a mão-de-obra qualificada ainda é muito deficiente”, explica o acadêmico do curso técnico em Agricultura de Precisão, Marcelo R. Martins.

O uso de agricultura de precisão possibilita o aumento da produtividade, o aprimoramento da qualidade do volume a ser produzido e a redução de custos. As ações precisas podem ser iniciadas em operações que sejam consideradas mais importantes para uma determinada cultura como, por exemplo, correção do solo, detecção de pragas e doenças, fertilidade, entre outros. Esta utilização pode ser traduzida como uma forma de melhor gerenciar a propriedade rural seja ela pequena ou grande.
Com a adoção dos princípios da agricultura de precisão, através de equipamentos de baixo custo, os pequenos produtores podem obter uma melhor gestão da sua propriedade rural, tornando assim o uso de tecnologias avançadas, uma realidade também em pequenas propriedades.

A agricultura de precisão começou no final da década de 20 nos Estados Unidos, mas só chegou no Brasil em 1990, e tornou-se mais conhecida pela otimização de adubo ou agroquímico a partir da necessidade de cada parcela de terra. Com isso acaba-se por diminuir os cursos e o impacto ambiental negativo, sendo que ao mesmo tempo pode-se aumentar o retorno econômico, social e ambiental da propriedade.

Para se realizar a agricultura de precisão em uma propriedade, são necessárias algumas etapas, como a coleta de dados com o sensoriamento remoto, mapas de produtividade e análise de solos, o processamento destes dados levantados, a interpretação por especialistas para após se aplicar estes resultados obtidos através da adubação, plantio, pulverização e outros.
 
O agricultor carazinhense João Paludo, proprietário da Fazenda das Palmas, localizada nas margens da RS 142, conta que desde janeiro do ano passado utiliza um equipamento de GPS em sua propriedade. “Junto ao agrônomo da propriedade, utilizamos os dados obtidos com o aparelho para otimizar a pulverização e na distribuição de uréia e de adubo. Tenho um funcionário específico treinado que há cinco anos trabalha na fazendo, com as análises de solo. Inovações sempre vêm para nos auxiliar, o preço que se paga no início, volta para a propriedade em rendimento da produção”, explica o agricultor.

Através do estudo de solo pode se fazer um levantamento das condições favoráveis e desfavoráveis para os diferentes tipos de cultura, realizando um melhor gerenciamento da propriedade quando se trata no cultivo de plantas. Com os mapas detalhados fornecidos pela agricultura de precisão, levando em conta os diferentes fatores como solo, relevo e outras variáveis, o produtor é auxiliado na sua tomada de decisão.

Em uma área com três hectares apenas, pode-se encontrar três classes distintas de solo, por exemplo.
 
“Através das análises e da recomendação precisa também se diminui a entrada na lavoura, e com isso a compactação do solo e amassamento das culturas. Com o GPS sabe-se onde está passando e quanto e quando se precisa de determinado produto. Todas essas tecnologias vieram para nos ajudar”, garante Paludo.

“A agricultura de precisão significa obter a variabilidade no tempo e no espaço, dentro de uma parcela de uma cultura, a qual pode auxiliar o produtor levando em conta estas variabilidades para o manejo desta cultura”, explica Martins.

Através do gerenciamento de dados, obtidos e armazenados através de tabelas, de um ano para o outro, o produtor pode analisar o desenvolvimento da sua propriedade, ganhando conhecimento conseguindo comparar as culturas e suas evoluções.

Esta nova forma de gerenciar a propriedade permite economizar os custos aumentando a produtividade safra após safra. Com este estudo a partir do histórico das culturas, o produtor consegue se apoiar para sua tomada de decisão, e com isso tomar medidas que aumentem sua produtividade.

O emprego da agricultura de precisão têm se mostrado como uma excelente estratégia para o aumento de produtividade no campo sem necessidade direta da ampliação das áreas plantadas, conseguindo a redução de custos e a diminuição dos impactos ambientais.

Com a agricultura de precisão, o produtor poderá modernizar a gestão de suas atividades, coletando dados e montando seus mapas georreferenciados, para que possa tomar a decisão mais correta sobre como conduzi-las. Baseada na variação espacial e temporal da unidade produtiva, a agricultura de precisão poderá aumentar o retorno econômico dos investimentos e minimizar o efeito da atividade rural sobre o meio ambiente, com a utilização de menos insumos, maior controle sobre o solo, o plantio e a colheita.

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