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Agro fez Brasília tremer

Bolsonaro chegou ao evento no Eixo Monumental da Capital Federal montado em um cavalo, acompanhado pela ministra da Agricultura, Tereza Cristina


Foto: Pixabay

O agronegócio brasileiro realizou neste sábado, 15 de Maio, a maior manifestação política dos últimos tempos no País. Organizada por semanas pelas redes sociais e entidades representativas do setor, tais como a Aprosoja, o evento defendeu apoio ao presidente Jair Bolsonaro, a reativação da economia e a volta do voto impresso e auditável, bem como críticas ao STF (Supremo Tribunal Federal) e governadores estaduais.

Bolsonaro chegou ao evento no Eixo Monumental da Capital Federal montado em um cavalo, acompanhado pela ministra da Agricultura, Tereza Cristina, e um grupo de produtores rurais. Em seu discurso, o presidente exaltou os agricultores brasileiros afirmando que o País “se manteve em pé, em grande parte, graças ao homem do campo, que não parou” durante a pandemia.

“Graças a Deus, vocês existem”, disse Bolsonaro à multidão reunida em Brasília: “O nosso agro irá muito mais longe, pois, por parte do governo encontrou um ambiente saudável, como por exemplo a brilhante pequena grande mulher, Tereza Cristina, a ministra da Agricultura. Como Ricardo Salles, tão criticado”.

O presidente não esqueceu os mais de 400 mil mortos pela Covid-19 no Brasil, a quem prestou condolências, mas defendeu que “não é ficando embaixo da cama ou em casa que solucionaremos os problemas. Se vier a terceira onda, se houver a quarta, quinta, sexta e infinitas ondas, teremos que enfrentar o problema”.

Bolsonaro fez questão deixar claro que não quer o confronto com as instituições democráticas e outros poderes. “Não desafiamos ninguém, não queremos o confronto com ninguém, mas não ousem confrontar ou roubar a liberdade do nosso povo. O maior poder do Brasil não é o Legislativo, o Judiciário ou o Executivo. O maior poder são vocês”, completou.

“Sabemos das dificuldade que temos hoje em dia, sabemos da inflação, do preço do combustível, sabemos disso e buscamos solução. Este momento difícil vai passar. O reconhecimento não tem preço. O que me sinto na frente de vocês é o jogador que faz um gol por ocasião da decisão de um titulo. Mas os craques são vocês. Não tem preço ouvi-los, senti-los. Se as autoridades todas tivessem a consciência disso, o Brasil mudaria rapidamente. Vocês estão reescrevendo a história do Brasil”, afirmou o presidente.

Presentes ao ato, discursaram também, os ministros Braga Netto (Defesa), Tarcísio Freitas (Infraestrutura), Ricardo Salles (Meio Ambiente) e Gilson Machado (Turismo). De acordo com o cientista político Paulo Moura, essa “manifestação pró-Bolsonaro em Brasília é a maior desde o impeachment de Dilma [Rousseff, ex-presidente pelo PT]”.

“Quem se informa pela imprensa tradicional brasileira, no entanto, não saberá que essa manifestação aconteceu e nem que teve essa dimensão. Os principais jornais do brasileiros preferiram dar manchetes de capa ao insuspeito Datafolha, para quem 49% dos brasileiros querem o impeachment do presidente Bolsonaro”, apontou Moura.

“A manifestação foi muito expressiva, mais um recado dos conservadores do Brasil ao ‘establishment’ [elite controladora ideológica da sociedade]. O recado foi dado”, concluiu o  cientista político Paulo Moura.
 

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