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Algodão produzido em Sobral lidera no Norte e Nordeste

Apesar da crise, a Spartex incrementou sua linha de produção e garantiu a maioria dos empregos


É com muita atenção que José Aristides Taveira circula todos os dias, por entre máquinas e pessoas, observando tudo o que passa de mão em mão ou de setor a setor, afinal, está sob sua responsabilidade a qualidade de todo o algodão fabricado pela empresa Spartex Indústria & Comércio Ltda., fundada em 1998, neste Município.

Ao longo de 20 anos, a indústria tornou-se líder de mercado nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, no seguimento de algodão hidrófilo e afins, com capacidade produtiva de cerca de 100 toneladas mensais, distribuídas numa série de produtos, como algodão em bolas (brancas e coloridas), sanfonado, em forma de rolos, e a linha de hastes flexíveis com pontas de algodão.

Com 19 anos de empresa, Aristides, hoje supervisor geral, se orgulha de ter aproveitado a oportunidade de emprego para conquistar seu espaço no mercado de trabalho e se manter nele, ao longo dos anos.

A primeira atividade, como lavador de algodão, foi um passo importante para o exercício de outras funções que lhe foram colocadas, à medida que atingia as metas impostas. Os degraus para seu crescimento profissional foram sendo alcançados por meio das funções que se seguiram, ainda como secador de algodão, embalador e, por fim, o almejado cargo de supervisor geral da empresa.

"Eu cresci, juntamente com a fábrica e reconheço que eu batalhei muito para chegar até aqui, sempre tendo oportunidade de crescimento, e sabendo aproveitar o lado positivo de cada função que eu exercia. O bom é saber que a empresa continua crescendo e eu faço parte dessa história, não só por garantir o sustento da minha família, mas por acreditar na minha capacidade como profissional", disse, enquanto observava, cuidadosamente, mais uma leva de caixas de hastes flexíveis, agrupadas, prontas para o transporte, que as distribui, assim como os outros produtos, para todo o País.

Investimento

A empresa, com pouco mais de 100 funcionários, se desdobra para dar conta de uma produção que gira em torno de 80 toneladas, por mês; o que, de acordo com o proprietário, Eugênio Pamplona, representa cerca de 60% da capacidade total de produção da empresa. O motivo, seria a queda no volume de algodão comercializado pelo setor, a partir do mês de setembro do ano passado, que se arrastou até abril deste ano.

O proprietário, que apesar das dificuldades do mercado, incrementou, no ano passado, sua linha industrial, com investimento de cerca de R$ 2,5 milhões, ainda não tem sentido o resultado esperado. "Nós amargamos essa crise, mas com a instalação do novo parque industrial, conseguimos menos consumo de energia, mais produção, mais qualidade e produtividade", afirmou.

Emprego

Apesar do aperto do fluxo de caixa da empresa, segundo Eugênio Pamplona, "a política é não demitir em massa, por conta de crise. Em 2010, no ápice da crise que o País amargou, nós fomos ao nosso limite, no que se refere à manutenção dos empregos na fábrica; até que o mercado voltou a reagir. Em maio deste ano, com a retrospectiva que fizemos sobre o nosso quadro funcional, observamos que deveríamos ter demitido, no mínimo, cerca de 20% da mão de obra, o que não ocorreu. Aos poucos, sentimos uma retomada da nossa produção, com um fluxo de venda se normalizando, o que tem garantido nossa empregabilidade".

O empresário já pensa em expandir os negócios. "Estamos à frente, em comercialização, nas regiões Norte e Nordeste, planejando a instalação de um Centro de Distribuição no Sudeste, para atender São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, ainda em 2017", comemora o proprietário da empresa, que chega a faturar cerca de R$ 15 milhões por ano.

Enquete

O que mudou em sua vida?

"Antes de vir para cá, nunca havia trabalhado fora de casa. A empresa me deu a primeira oportunidade de emprego, quando muitos não me aceitaram. Estou aqui há nove anos e continuo firme na minha função"

Cássia Mikaele Tavares - Operadora de máquina

"Estou nesse, que é meu primeiro emprego, há quinze anos. Não tinha experiência e fui aprendendo aqui dentro. O importante para mim é poder trabalhar numa época em que existem tantos desempregados no Brasil"

Katiane da Mota - Operadora de máquina

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