Alta na demanda não freia queda dos preços do arroz

A primeira semana de dezembro trouxe uma leve recuperação na demanda por arroz em casca no Brasil, com compradores buscando renovar seus estoques. No entanto, o movimento não foi suficiente para conter a tendência de queda nos preços do cereal, que segue pressionado por um cenário de incerteza e comportamento cauteloso por parte dos produtores.

Segundo dados divulgados pelo Cepea, o Indicador CEPEA/IRGA-RS, que considera o arroz com 58% de grãos inteiros e pagamento à vista, registrou retração de 0,77% na parcial do mês até o dia 8 de dezembro. A cotação atual está próxima dos patamares mais baixos já observados pelos rizicultores do Rio Grande do Sul, alcançando níveis semelhantes aos de maio de 2011, quando o preço deflacionado chegou a R$ 48,26 por saca.

Do lado da oferta, o comportamento dos produtores tem sido dividido. Enquanto parte dos vendedores com necessidade de capitalização aceitou negociar nos valores propostos pelos compradores, outra parcela segue afastada do mercado, priorizando a conclusão da semeadura. A expectativa é de que uma maior clareza sobre os preços futuros incentive a retomada das negociações.

No campo, a semeadura da safra 2025/26 avança para a reta final. De acordo com o Irga, até o dia 8 de dezembro, 94,2% da área estimada já havia sido plantada no Rio Grande do Sul. Apesar do ritmo acelerado, a área cultivada deve ficar aquém das projeções iniciais, o que pode influenciar a disponibilidade do cereal no próximo ciclo.

No mercado externo, os números também apontam para uma retração nas operações. As importações brasileiras de arroz em casca somaram 60,62 mil toneladas em novembro, o menor volume mensal desde dezembro de 2024, com quedas de 54,2% frente a outubro deste ano e 19% na comparação anual. As exportações seguiram a mesma tendência, com recuo de 45,32% em relação ao mês anterior, totalizando 94,4 mil toneladas — volume 15,56% inferior ao de novembro de 2024.