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Aquisição da Swift pela Friboi revela avanço do país no setor

As compras brasileiras de frigoríficos estrangeiros reforçam ainda mais o poder de fogo do país


A compra da Swift pela Friboi surpreendeu os americanos. Eles esperavam uma solução caseira para os problemas da empresa, que abateu 82% a mais de bovinos do que a brasileira e teve receita 405% maior em 2006.

Mas a dívida líquida do Friboi é só 2,6 vezes maior do que seu Ebitda (lucro antes de impostos, amortizações e depreciações), enquanto a da Swift chega a 5,1 vezes. Ou seja, a americana é uma empresa com problemas financeiros, do tipo que a Friboi gosta de adquirir, como fez com vários frigoríficos brasileiros e argentinos.

Com custos baixos, produção crescente e exportação em contínua evolução, o Brasil começa a avançar fortemente sobre concorrentes.

O país virou a última década com pouca participação no mercado externo. Em 1997, com vendas externas de apenas 148 mil toneladas de carne bovina, o país obteve receitas de US$ 440 milhões. Em 2000, o volume exportado sobe para 340 mil toneladas e as receitas vão a US$ 790 milhões.

O grande salto ocorreu nesta década. No ano passado, o país já atingiu 1,7 milhão de toneladas de carne bovina exportada, com receitas de US$ 4 bilhões. Mas essa explosão não se deve só ao volume produzido e exportado mas também ao aprendizado brasileiro no exterior.

Há alguns anos, os frigoríficos brasileiros colocavam a carne no mercado externo com até sete intermediações e pequena margem de lucro. Hoje, alguns frigoríficos já conseguem colocar seus produtos diretamente nos supermercados europeus, ocupando nichos específicos e aumentando suas margens.

Parte do mercado ganho pelo Brasil se deve a problemas sanitários em outros países, principalmente na Europa. As compras brasileiras de frigoríficos estrangeiros reforçam ainda mais o poder de fogo do país. Com os pés em vários mercados, essas empresas têm maior mobilidade para atender clientes pelo mundo.

A Friboi agora finca os pés nos principais mercados mundiais de carne bovina, o que lhe dá enormes vantagens competitivas: o Brasil é o maior produtor mundial, os EUA são os maiores consumidores, a Austrália é fornecedora de carnes "premium" para a Ásia e a Argentina tem carnes reconhecidas no mercado, principalmente na Europa.

Apesar desse avanço para o mercado externo, os frigoríficos brasileiros ainda têm vários problemas internos que podem atrapalhar sua expansão -desde os sanitários, como o difícil combate à febre aftosa, até as acusações de formação de cartel e informalidade, negadas pelo setor.

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