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Aviação agrícola ganha índice de inflação específico para o setor

Lançamento será a partir das 11 horas, com transmissão pelo canal do Sindag


Foto: Divulgação

O IAVAG abrange as peculiaridades dos custos aeroagrícolas quanto a dólar, combustíveis e outros fatores, para facilitar a gestão em um setor onde o Brasil é a segunda maior potência mundial

O Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag) deve anunciar nesta quarta-feira (5) um novo índice de inflação, específico para o setor. Segundo o presidente da entidade, Thiago Magalhães, o chamado Índice da Aviação Agrícola (IAVAG) leva em conta fatores como a variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ambos do IBGE, além da variação do dólar e, principalmente, dos combustíveis (petróleo e etanol). O lançamento será a partir das 11 horas, com transmissão pelo canal do Sindag no YouTube.

O secretário executivo do Sindag e coordenador do projeto, Júnior Oliveira, explica que a iniciativa vem no rastro de uma série de ações da entidade para facilitar a gestão das empresas do setor. O que abrangeu, desde 2020, uma série de seminários econômicos com as associadas. Os trabalhos incluíram ainda uma pesquisa ampla sobre preços e custos das empresas aeroagrícolas em todos os Estados e nas operações em diversos tipos de lavouras.

“O estudo foi elaborado em parceria com o Grupo Rara (que tem entre seus clientes o Senac, Sicredi e Santander, além de universidades e outras instituições). A partir o estudo (apresentado em março) sobre os custos em todos os Estados e nas principais lavouras atendidas pelo setor, partimos para os outros índices econômicos e chegamos ao denominador mais adequado à aviação no campo”, destaca Oliveira.

O economista Cristian Foguesatto (do Grupo Rara e que ajudou a elaborar o IAVAG), destaca que a construção do novo índice considerou pesos diferentes para cada componente dos custos dos operadores. “Mas algo que influenciou bastante foram os combustíveis. Nesse caso, analisamos a oscilação do petróleo (querosene de aviação e gasolina de aviação) e etanol no mercado”, explica. A título de comparação, Foguesatto lembra que, enquanto a fórmula do IAVAG aponta uma inflação do setor em 120%, nos valores gerais retroativos desde 2003, “só nos combustíveis, o aumento foi de mais de 500%”.

SUSTENTABILIDADE

Segundo o presidente Sindag, Thiago Magalhães Silva, o objetivo é facilitar a vida dos operadores do setor e diminuir a margem de erro nas contas das empresas. “A gestão de custos dentro da aviação agrícola é muito difícil, sofrendo diretamente influência das variações da moeda americana e do petróleo, além do chamado custo Brasil. Uma mescla de índices que torna complicado estabelecer adequadamente os preços pelos serviços”, completa.

O Brasil tem a segunda maior frota aeroagrícola do mundo (atrás apenas dos EUA), com mais de 2,3 mil aeronaves (conforme a Anac). Magalhães lembra que, entre todas as ferramentas para o trato de lavouras, o setor aeroagrícola está entre os de maior tecnologia embarcada e é o único com regulamentação própria. Com exigência de especialização de praticamente todo o pessoal envolvido nas operações, sistemas para tratamento de efluentes da lavagem das aeronaves e até registro completo (com mapa, indicação de produto, preparo, condições meteorológicas) de todas as operações enviados a agentes reguladores.

O dirigente salienta ainda que os mesmos produtos aplicados por aviões são aplicados por meios terrestres, mas a aviação leva vantagem em precisão e eficiência. O que se traduz em menor necessidade de insumos, eliminação do amassamento (pelas rodas de tratores) e, em última instância, maior produção sem avanço de área – favorecendo também a sustentabilidade ambiental da lavoura. “Porém, custos operacionais altos e tão diversos exigem muita atenção para se conseguir manter a ferramenta economicamente sustentável.”

 
 

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