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Brasil caminha para autossuficiência do trigo

Durante muito tempo, os governos nacionais buscaram a autossuficiência com a necessidade de seguidas importações anuais do produto.


Foto: Canva

Por Luiz Antonio Pinazza 

Engenheiro Agrônomo - agronegócio e sustentabilidade

Colaboração Aline Merladete

Assim como ocorreu na geopolítica da soja e o milho, a agricultura brasileira ruma também a ser grande player global no trigo. Durante muito tempo, os governos nacionais buscaram a autossuficiência com a necessidade de seguidas importações anuais do produto. Com plano traçado em cima de primor técnico, a triticultura tradicional da região sul do país se adapta às condições no bioma do Cerrado. A história pode ser desenhada a partir de cinco pontos de vistas:

PRIMEIRO: IMPULSÃO DA PRODUÇÃO VIA MERCADO 

Entre os três cereais mais cultivados a nível mundial, depois do milho e adiante do arroz, o trigo intercala com a privilegiada segunda posição. Em termos nacionais, a quantidade do consumo, de 12 a 13 milhões de toneladas, representa a metade em comparação com os países desenvolvidos. O cereal continua sendo a commodity mais importada pelo Brasil, mas os produtores se deparam com opções alternativas de consumo, além do empregado na indústria de panificação.

SEGUNDO: ADAPTAÇÃO E TROPICALIZAÇÃO 

A realidade atual mostra o processo de avanço técnico que está sendo bem-feito na agricultura brasileira. A tecnologia aplicada busca adaptar a triticultura nas áreas no bioma do Cerrado. Os lançamentos de novas cultivares realizados nos últimos anos mostram ótimos resultados técnicos. As expectativas ficam otimistas com o futuro. Com isso, a tropicalização do trigo vai tornando realidade um sonho antigo, seja da parte dos de pesquisadores, como dos empreendedores. 

TERCEIRO: PASSOS PARA AUTOSUFICIÊNCIA

Para conseguir excelência na qualidade e maximizar a produtividade do produto, os pesquisadores buscam soluções no exterior. Materiais são trazidos, cruzados e selecionados para criar variedades adaptáveis em lugares de diferentes condições climáticas nas regiões no Cerrado. As áreas podem também estar nas regiões norte e nordeste. A expansão da triticultura como segunda safra nas áreas tradicionais e das novas fronteiras agrícolas será o diferencial para a autossuficiência nacional.

QUARTO: EVOLUÇÃO DA CADEIA PRODUTIVA

A característica do Brasil no mercado de trigo sempre foi de tradicional importador. Os esforços das políticas governamentais sempre foram para ampliar a produção nacional. Mas, os modelos de intervenção não davam certos. Neste século, a comercialização do trigo ganhou outra configuração na questão de preço e da qualidade exigida pela indústria de transformação. Com a diversificação e ampliação de produtos para escolher, o caminho a ser seguido pelo mercado toma caminhos promissores. 

QUINTO: FATO RECENTE DA AGRICULTURA

Como na geopolítica da soja e o milho, o Brasil ruma a ser grande player global no trigo. A desorganização recente do mercado de commodities deu novos impulsos nos preços do cereal. Na agricultura brasileira, a produção de trigo até 2030 deverá ser suficiente para dar autossuficiência ao país. Essa evolução atende a política da segurança alimentar. Os cereais mais presentes na mesa do consumidor brasileiro são o trigo e o arroz, enquanto o milho fica voltado para a nutrição animal e biocombustível (etanol).

Saiba mais sobre a cultura do trigo AQUI.
 

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