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Bunge lidera pool para recuperar a Cooperlucas (MT)


A perspectiva de tempos não tão favoráveis para a soja no mercado internacional, em curto prazo, levou gigantes do agronegócio a investir em Lucas do Rio Verde, no cerrado de Mato Grosso, em busca de horizontes melhores. E o carro-chefe escolhido é a Cooperativa Mista Agropecuária de Lucas do Rio Verde (Cooperlucas), que chegou a ocupar o terceiro posto em produtividade de grãos, no país, e a quinta posição em comercialização de cereais para exportação.

O consórcio é liderado pela multinacional Bunge e o grupo Santa Cruz Transportes. A força-tarefa já conseguiu pôr fim a diversas demandas judiciais e extrajudiciais que emperravam o funcionamento adequado da Cooperlucas.

O compromisso foi firmado pelo presidente da Cooperlucas, Antônio Carlo da Costa Lima, o "Mineiro", e o advogado Adelar Comiran, responsável pela defesa da entidade, com o negociador da Bunge, Waldir Johann, e os advogados do escritório Tozin Freire, de São Paulo (SP). Pelo grupo Santa Cruz Transportes, fazem parte do pool o empresário Claudério Anton e o advogado Wilian Rubira. Os cooperados são representados pelos advogados Adelar Comiran, Noeli Alberti e Soleica de Lima. Nesse contexto, o entendimento é de que a opção de resgatar a cooperativa é muito mais rentável, para o grupo, que ficar sujeito às variações do mercado e às intempéries do Hemisfério Norte.

O advogado Wilian Rubira argumenta que a retomada da Cooperlucas assegura vantagem a todos, no consórcio. A Bunge melhora e estreita ainda mais seu relacionamento com os produtores da região Centro-Oeste, pela aproximação e voto de confiança depositado na atual diretoria da cooperativa, além de ampliar a possibilidade de recebimento de seus créditos. A Cooperlucas sai vencedora por ter reconhecido o trabalho de seus diretores na recuperação econômica e financeira da entidade, podendo otimizar o uso de suas instalações, hoje em grande parte ociosa, desenvolvimento de áreas de negócios com o grupo Bunge e recuperação de sua imagem comercial.

Os cooperados ganham com a provável recuperação de seus negócios, obtenção de linhas de crédito, comercialização de suas áreas, aproximação com o grupo Bunge e liquidação de dívida com pagamento em produto e abatimento no negócio, com liberação das hipotecas sobre suas áreas. Já o grupo Santa Cruz Transportes teria condições de otimizar o uso de sua frota, retomar a parceria com as empresas do grupo Bunge e a Cooperlucas, consolidando-se no Centro-Oeste.

Diante de todas essas nuances, a Cooperlucas e as empresas do grupo Santa Cruz assumem o pagamento de 66% da dívida e os cooperados se responsabilizam por 34%. A Cooperlucas poderá quitar a sua parte da dívida mediante prestação de serviços de secagem, armazenamento e classificação de grãos às empresas do grupo Bunge, recebendo a preço de mercado pelos serviços efetuados. A Bunge fará a retenção mensal de um percentual desse montante para a amortização das dívidas.

Centro de polêmica desde o final dos anos 80 e início da década de 90, a Cooperlucas tem, agora, a maior chance de sua história recente para resgatar sua credibilidade.

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