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Canola emplaca no inverno

Lavouras mostram-se cada vez mais produtivas e indústria garante escoamento. Cooperativa vai vender óleo pronto


Palmeira - Pela primeira vez no time oficial das culturas de inverno, a canola ganhou área dobrada no Paraná. As apostas tinham crescido 23% ano passado e deram um novo salto – de 107%, para 8,1 mil hectares –, agora que a oleaginosa conta com zoneamento agroclimático, ou seja, pode ser cultivada com crédito oficial e direito a seguro.

Nos últimos dois anos, a expansão foi maior na região que vai de Guarapuava a Pato Branco. Um grupo organizado de produtores do Centro-Sudoeste cultiva 2,2 mil hectares, o dobro da área total de 2006 no estado. A opção ganha espaço mesmo em regiões antes consideradas de risco pela ocorrência de geadas em maio e junho, época do plantio.

"Estamos aprendendo a lidar com a canola", afirma Geovani Teixeira, produtor e empresário de Candói (Centro) que atua na recepção dos grãos. Ele calcula que, com uma semente mais adaptada e correção das práticas de manejo, é possível saltar de 1,6 para 2,5 mil quilos por hectare sem muito esforço. Sebastião Hollandini, que negocia contratos com produtores dessa mesma região, conta que a adesão tem se multiplicado todo ano.

A canola se expande principalmente nas regiões que não plantam milho safrinha. É concorrente do trigo, que tem área 140 vezes maior. Amplia suas fronteiras nos Campos Gerais, onde as geadas do início do inverno vêm sendo dribladas. "Neste ano vamos perder um pouco. A planta é sensível nos 15 primeiros dias. Mas em 2010 o plantio deve ser antecipado para abril e a produtividade pode chegar a 2 mil quilos/ha", afirma Sérgio Eurich, agrônomo da Cooperativa Witmarsum. Ele coordena 11 produtores que cultivam 429 hectares com canola e colhem cerca de 1,6t/ha.

A cooperativa está inclusive montando uma usina para produção de óleo a frio para consumo humano. O produto deve dividir espaço nas prateleiras dos supermercados com os queijos finos de Witmarsum. "A capacidade será de 400 litros por dia. Teremos canola excedente, mas não falta interesse do mercado", diz o agrônomo Gernold Schartner.

O produtor Ferdnand Kliewer conta que a cultura supreende no manejo. Segundo ele, é necessário pouco insumo e a terra rende mais para o milho no ano seguinte. Os 13 hectares que dedica à canola foram fortemente atingidos pela geada. Ele chegou a apelar ao Proagro. Depois de vistoria e tudo, a plantação se recuperou e ainda deve "render bem".

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