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Carnes: Abiec comemora bons resultados em 2015

Ano de 2015 foi marcado por conquistas estratégicas para o setor


A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) comemora os bons resultados alcançados em 2015. Ao fazer uma restrospectiva do setor, o presidente da entidade, Antônio Camardelli, destacou as conquistas e os avanços na reabertura do mercado mundial para a carne brasileira. O ano foi marcado por conquistas estratégicas para o setor com a volta dos embarques para a China e a Final Rule para os EUA. A medida do governo norte-americano encerra uma restrição de 15 anos motivada por restrições sanitárias.

“Duas das grandes prioridades estratégicas para o setor foram alcançadas: a Final Rule para os Estados Unidos e o início dos embarques para a China. Também reabriram seus mercados, com a suspensão dos embargos – ainda em função do caso atípico de BSE em 2012, encefalopatia espongiforme bovina, vulgarmente conhecida como doença da vaca louca -, para a carne brasileira, a Arábia Saudita, Iraque, África do Sul e Japão”, disse Camardelli.

O ano de “2015 encerrou algumas lutas que o setor travava há alguns anos”. “Praticamente, concluímos os últimos países que ainda estavam com embargo à nossa carne. Sem dúvida, foi um ano de ótimas notícias para a indústria brasileira, que está cada vez mais preparada para atender a demanda mundial de carne bovina”, enfatizou o presidente da Abiec.

CHINA

Os embarques para a China, considerada por Comardelli como o mercado de todas as carnes, começaram no final de junho e, em pouco mais de cinco meses, já representou 81,3 mil toneladas, com faturamento de US$ 401,2 milhões. Com o anúncio da habilitação de mais três plantas naquele país, em novembro último, a expectativa da ABIEC é que, em 2016, o faturamento de exportação de carne bovina para a China represente cerca de US$1,3 bilhão.

Segundo Fernando Sampaio, diretor-executivo da Abiec, a Final Rule, publicada no final de junho deste ano, liberando a exportação de carne in natura de 14 Estados brasileiros para os Estados Unidos, foi outra conquista muito importante para o setor.

“São duas etapas. O anúncio da Final Rule, que aconteceu em junho. A segunda é dar continuidade ao processo com a discussão entre os respectivos órgãos norte-americanos e brasileiros para o estabelecimento de uma equivalência de processos de inspeção para que as exportações, de fato, tenham início. A expectativa da ABIEC é que os primeiros embarques aconteçam ainda no primeiro semestre de 2016”, explicou Sampaio.

ARÁBIA SAUDITA

De acordo com o diretor da Abiec, outro mercado reaberto que traz grande potencial de aumento nas exportações de carne bovina no curto prazo é a Arábia Saudita. Além da possibilidade de exportar 50 mil toneladas aos sauditas, outras nações como Qatar, Bahrein e Kuwait podem também retomar as importações da carne brasileira, uma vez que seguem os mesmos requisitos da Arábia Saudita, alcançando um faturamento conjunto de US$ 230 milhões.

Ele lembrou que, em dezembro, o governo brasileiro anunciou a suspensão do embargo japonês para carne brasileira processada. Com isso, o País retoma as exportações de produtos industrializados para o Japão, que pode representar um valor agregado, chegando a um faturamento anual de US$ 19 milhões.

“Resolvido o embargo de produtos industrializados, as duas partes concordam em começar a negociar o acesso recíproco a carne in natura, produto do qual o Japão é um dos maiores importadores do mundo”, ressalta Sampaio.

FATURAMENTO

Segundo a Abiec, com faturamento de US$ 525 milhões em exportações em novembro, o Brasil atinge a marca de US$ 5,4 bilhões no acumulado do ano. Em volume, foram exportadas 124,5 mil toneladas de carne bovina em novembro, registrando um total de 1,3 milhão de toneladas em 2015. Esses números representam uma queda de 10% em volume e 17% em faturamento em relação a 2014.

Com isso, a expectativa da entidade é de as exportações brasileiras de carne bovina em 2015 devem fechar o ano com um resultado aquém do mesmo período do ano passado. Mesmo com uma recuperação no último trimestre, o setor enfrentou problemas conjunturais que afetaram negativamente alguns grandes mercados do Brasil, como Rússia, Hong Kong e Venezuela.

PERSPECTIVAS 2016

Para a Abiec, as previsões são mais otimistas para 2016 por conta da abertura de todos os mercados citados em 2015. “Esse foi um ano de conquistas e, em 2016, vamos colher os resultados efetivos. A perspectiva éque o faturamento chegue a US$ 7,5 bilhões, batendo o recorde de 2014”, afirmou Antonio Camardelli, presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne.

A entidade mantém como estratégia para 2016 a busca por novos mercados, nos quais o Brasil ainda não tem acesso, como México e países da Ásia, a exemplo de Taiwan, Indonésia e Tailândia. Além disso, pretende avançar nasnegociações para exportação de carne in natura para o Japão e miúdos e carne com osso para a China – atualmente, o gigante asiático só importa carne sem osso do Brasil.

Além disso, a Associação realizará uma série de ações em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos, a Apex-Brasil, para promover a carne brasileira em outros mercados relevantes. Abiec e Apex-Brasil renovaram recentemente o convênio do Projeto Setorial Brazilian Beef, com investimentos de R$ 6,3 milhões para os próximos dois anos.

CARNE GOURMET

Uma das ações previstas para o próximo biênio do Projeto Brazilian Beef será voltada especificamente para a promoção da carne gourmet brasileira em mercados como Europa, países árabes e China. A oportunidade neste nicho premium foi apontada em um estudo de branding, realizado pela ABIEC e Apex-Brasil, para verificar qual era a visão dos importadores em relação à carne brasileira.

“O estudo nos mostrou que o Brasil tem uma participação muito grande em carne culinária e ingrediente e que temos um potencial e espaço para crescer no patamar da carne gourmet. Vamos focar nossos esforços para conquistar esse mercado, através de ações específicas de promoção e divulgação diretamente para os consumidores”, destacou Camardelli.

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