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Caso glifosato questiona performance científica do IARC

"Decisão da IARC sobre o glifosato foi uma grande surpresa, porque divergiu das várias análises"...


Em alguns casos ocorrem divergências na avaliação de perigo dos agroquímicos, como, por exemplo na classificação de carcinogenicidade do glifosato publicada pela IARC/OMS em 2015 a as avaliações feitas pelas agências reguladoras de vários países. Na terceira matéria da série, o professor Doutor em Patologia João Lauro Viana de Camargo responde o quanto contribuem o conhecimento e a prática diária na análise de testes para a classificação de uma substância como cancerígena.

“A avaliação do perigo de uma substância química não consiste de simples aplicação de uma cheking list; trata-se de atividade analítica e reflexiva que depende da capacidade de o avaliador perceber detalhes funcionais e patológicos em um grande volume de relatórios de estudos e artigos científicos, que são as fontes de evidência que subsidiam decisões regulatórias”, explica Camargo em material produzido pelo Portal Ciência e Tecnologia Agro. 

Segundo ele, a avaliação depende da experiência e isenção do avaliador, e independe de suas circunstâncias locais e temporais: “Mesmo assim, e embora não sejam frequentes, podem ocorrer divergências pontuais nas conclusões de diferentes avaliadores, que são explicáveis quando o processo de avaliação é cuidadosamente revisto”. 

“Em 2015, a IARC divulgou o resultado de uma avaliação do perigo cancerígeno do glifosato, pelo qual o herbicida foi classificado na categoria 2A, como ‘provável cancerígeno para o homem’. Essa decisão da IARC sobre o glifosato foi uma grande surpresa, porque divergiu das várias análises feitas até aquele momento por agências regulatórias governamentais e por outros grupos, acadêmicos ou ligados ao setor produtivo. O caso do glifosato gerou um questionamento internacional sobre a performance científica daquela agência, um desdobramento lamentável porque a IARC tem uma história relativamente longa e respeitável na luta contra o câncer”, conclui o especialista.

Amanhã: O que há de errado com a classificação de carcinogenicidade do glifosato da IARC?

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