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Chuva causa prejuízo para produtores paulsitas

A chuva em São Paulo pega produtores de tomate de surpresa e também afeta o corte de cana no Estado, o que deixa usinas sem matéria prima


O mês de agosto tem sido bem mais chuvoso que a média histórica no noroeste de São Paulo, o que pegou muitos produtores de tomate de surpresa.

Na região de Cafelândia já choveu este mês 205 milímetros. Quase cinco vezes mais do que em todo o mês de agosto do ano passado. A cada dia que a colheita atrasa aumenta o prejuízo. Com o excesso de água os tomates apodrecem.

O agricultor Valentim Santo Pedro plantou 120 hectares. Trinta ainda não foram colhidos. Ele calcula que a produtividade média terá uma queda de 20%. De cem toneladas por hectare cairá para 80. “Pelo que me lembro nunca teve chuva desse jeito nesse mês”, disse.

A colheitadeira não está sendo usada nos dias de chuva. Os funcionários fazem a colheita manual. Mas se uma colheitadeira carrega 30 caminhões por dia, o grupo de 15 pessoas consegue carregar no máximo um e meio.

No município de Potirendaba, o agricultor Aparecido Antonio da Silva nem se quer começou a colher e são 48 hectares com tomate. “O excesso de água no tomate vai provocar fungo, partimento e já está direto no contato com o solo. E aqui é tomate rasteiro. Então, na hora que sair o sol ele vai apodrecer. Tem que tirar na hora certa”, explicou.

Ele tinha programado 20 dias para concluir a colheita. Agora, espera reduzir o prazo em cinco dias para evitar um prejuízo maior. “Estamos rezando para parar de chover para ver se conseguimos cobrir o custo. Eu estou achando que cada dia que passa está ficando mais difícil”, avaliou seu Aparecido.

A chuva em São Paulo está afetando também o corte da cana. Muitas usinas já diminuíram o ritmo por falta de matéria prima.

Caminhões parados, funcionários sem ter o que fazer e moendas desligadas. E não é por falta de produto. A cana espera para ser colhida, mas o excesso de chuva impede a queima e as máquinas não conseguem entrar nos canaviais.

Em agosto, já choveu uma média de cinco vezes mais do que o normal, que é de 25 milímetros. No pátio estão 150 toneladas de cana, menos de 10% do que a usina mói por dia. A cana só chegou ao lugar depois que caminhões venceram os atoleiros nos canaviais.

A usina de Sertãozinho tem capacidade para moer até 3,5 mil toneladas por dia. Desde quarta-feira, a produção já caiu 70%. “Esse período em que ficamos parados a gente não consegue recuperar. Então, a gente deve prolongar alguns dias a safra no final do ano”, falou Nadir Nascimento, gerente industrial da usina.

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