Cientistas querem matar baratas usando a genética
Técnica usa a esterilização dos indivíduos
Uma equipe de cientistas espanhóis está propondo uma estratégia através da identificação de genes com a ferramenta de edição genética CRISPR / Cas 9 para esterilizar baratas. Segundo eles, cerca de 30 espécies de baratas das 5.000 que existem tendem a se tornar pragas que mais transmitem doenças e causam reações alérgicas.
Devido à sua adaptação aos ambientes urbanos e à sua grande mobilidade, as baratas tornaram-se uma das pragas mais comuns nas cidades. Estes insetos não são apenas irritantes em casas, hospitais, armazéns ou locais de processamento de alimentos, eles também são a causa da transmissão de doenças e reações alérgicas na pele ou na forma de asma.
"Ao mover livremente e se alimentar do lixo, eles podem ser vetores da doença, contaminar os alimentos ou utensílios relacionados com o processamento", disse Maria-Dolors Piulachs Bagà, pesquisadora do Instituto de Biologia Evolutiva (IBE) CSIC-UPF, na Espanha.
A equipe de pesquisadores trabalha com baratas há mais de 35 anos, razão pela qual esses cientistas conhecem a fisiologia e endocrinologia desses insetos. Eles também fizeram parte do grupo que sequenciou e analisou o primeiro genoma da barata Blattella germanica.
Em um novo projeto, buscando financiamento crowdfunding através de colaboradores na internet, os pesquisadores propõem nesta mesma espécie de barata um novo método de controle de pragas, inofensivo para os seres humanos, o meio ambiente e contra esses insetos.
A estratégia inovadora baseia-se na identificação de genes cuja modificação provoca esterilidade em baratas e reduz sua reprodução de maneira específica. Para isso, os especialistas utilizariam a ferramenta de edição genética CRISPR-Cas 9, que alteraria os genes de fertilidade e verificaria o nível de eficácia da esterilização.
