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Cina vai ampliar presença no mercado interno


Empresa cearense pretende fechar o ano com incremento na receita de cerca de US$ 6 milhões em relação a 2001.

A Companhia Nordeste de Aqüicultura e Alimentação (Cina), empresa cearense especializada no cultivo de camarão em cativeiro para exportação, fecha o ano com bons resultados. A produção deve chegar a cerca de 5 mil toneladas, o dobro de 2001. Este desempenho permite ao presidente do grupo, Newton Mamede, projetar receita entre US$ 14 milhões e US$ 15 milhões neste ano, contra os cerca US$ 9 milhões registrados no exercício passado.

´Mesmo assim, ficamos abaixo do faturamento previsto em torno de US$ 18 milhões inicialmente´, diz Mamede. A Cina, que negocia com os Estados Unidos e a Europa, especialmente a França, abriu mais espaço para seu produto nos mercados italiano e espanhol - este último considerado um dos maiores consumidores do crustáceo do mundo -, mas enfrentou queda na cotação do produto, na média dos US$ 3,6 o quilo para o camarão inteiro tamanho 80/100.

´Somente neste final de ano os preços reagiram, chegando a US$ 4,20 o quilo´, assinala Mamede. Ele recorda que há cerca dois anos o produto chegou a ser vendido a US$ 7 o quilo, mas a forte concorrência derrubou os preços.

A Cina, que comemorou 20 anos de mercado no dia 18 de novembro, trabalhou neste ano na reestruturação administrativa, segmentando as áreas de atuação. ´Buscamos a maior profissionalização do grupo´, resume Mamede. As mudanças contemplam, por exemplo, um novo setor de negócios - o mercado interno, que segundo Mamede tem bom potencial de consumo e deve ser trabalhado a partir do primeiro semestre de 2003.

Aos consumidores brasileiros, a empresa vai garantir a mesma qualidade do produto -, o camarão do tipo Litopnaesus vannamei -, o mais indicado para o mercado externo e o segundo mais cultivado no mundo. O que muda é a marca e a embalagem, criada especialmente para o novo mercado.

Para assegurar a regularidade de abastecimento, Mamede diz que a empresa vai produzir 7 mil toneladas de camarão em 2003, com 90% do volume destinado ao mercado internacional, e faturamento projetado em US$ 22 milhões. Nos próximos 5 anos, a estimativa é chegar a 20 mil toneladas. A expansão também inclui contratação de mão-de-obra, que deve saltar de mil para 1,4 mil vagas diretas e indiretas.

O empresário definiu ainda um plano de investimentos da ordem de US$ 18 milhões, aplicados em laboratórios e novas unidades de produção. ´Os planos são de chegar a 315 hectares de área própria em dois anos, com a instalação da Fazenda Salinas, em Fortim´, adianta o presidente do grupo.

Hoje, a produção própria está concentrada na Fazenda Pirangi, também no município de Fortim, a cerca de 150 quilômetros de Fortaleza, em área de 85 hectares de viveiros, que produzem cerca de mil toneladas do crustáceo.

A este volume a Cina agrega 475 hectares de cultivo, com base no sistema de integração, implementado com 55 parceiros de pequeno, médio e grande porte entre os estados do Maranhão, Piauí, Rio Grande do Norte e Ceará, amparados por tecnologia, apoio financeiro para ração e a pós-larva.

Suporte a criadores

A empresa garante a esses criadores a compra do produto, exportado com sua marca, e tem aplicado para suporte entre US$ 2,5 milhões e US$ 3 milhões e o resultado da ´operação conjunta´ garante, além da expansão da carcinicultura sustentável sem agredir as áreas de mangue ou outros ecossistemas, a possibilidade de geração de emprego e renda na Região. Segundo Mamede o setor gera um emprego por hectare.

A empresa tem ainda unidades industriais de beneficiamento em Fortaleza e em Luiz Correia (PI) -, onde aplicou R$ 1 milhão em parceria com a MM Monteiro, também cearense. Os recursos permitiram a reforma da Indústria de Pesca do Ceará S/A (Ipecea) em condições de beneficiar 600 toneladas/mês. Newton Mamede participou com dois terços dos investimentos na unidade do Piauí.

Adriana Thomasi - Fortaleza/CE

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