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Coalizão internacional de meteorologia pode beneficiar agricultura

Antonio Divino Moura, diretor-geral do Inmet, diz que informações são mal aproveitadas


Os agricultores brasileiros terão informações mais detalhadas sobre o clima no futuro para tomar decisões como adiar ou antecipar plantio, se for concretizada uma coalizão internacional de serviços de meterologia. A negociação entre 150 países está no centro da Conferência Climática Mundial aberta ontem em Genebra.

"Não estamos utilizando bem as informações no Brasil, entre o provedor da informação e o usuário. A coalizão tende a conectar melhor os dois lados", afirmou o diretor-geral do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Antônio Divino Moura.

Como em outros países, no Brasil os servicos de meteorologia estão fragmentados e nem sempre as melhores informações chegam aos agricultores. A ideia é consolidar os dados de todas as regiões do mundo, melhor interpretá-los e antecipar cenários para a produção agrícola.

A Conferência Climática Mundial quer reforçar o monitoramento das condições do tempo e a distribuição de previsões meteorológicas para ajudar sobretudo países pobres tanto em agricultura como em saúde, pesca, transporte, turismo ou energia.

"Existe uma carência grande de como podemos vincular melhor o processo decisório com as informações", disse Michel Jarraud, secretário-geral da Organização Meteorológica Mundial (OMM). Para a FAO, agência da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, a coalizao em estudo implica uma interação entre produtores rurais e os serviços de previsão agrícola e entre a mídia e os usuários. Em todos os níveis, desde a pesquisa até a avaliação dos conselhos, será necessária maior colaboração entre a comunidade de meterologia e os produtores.

A conferência de Genebra ocorre ao mesmo tempo em que mais meterologistas estão sendo contratados por bancos internacionais para trabalhar ao lado de profissionais que negociam com commodities. Previsões mais precisas do clima podem ajudar essas instituições a ganharem mais dinheiro.

O diretor do Inmet, Antônio Divino Moura, fez palestras na Fiesp e para diretores do Banco do Brasil antes de vir a Genebra. Ele mostrou o exemplo de Santa Catarina (RS), onde as chuvas foram acima do normal em 2003, abaixo em 2004 e foram totalmente irregulares em 2005. Ou seja, é dificil para o agricultor decidir o que vai fazer, sem informação detalhada do clima.

Dados históricos de variação das chuvas em 60 anos no Brasil mostram que as precipitações diminuiram em alguns lugares da região Sul e aumentaram um pouco no Nordeste.

Para o diretor do Inmet, o fenômeno El Niño pode ajudar no Brasil com mais chuvas para a agricultura, ao contrário de outros países, onde causa mais estragos.

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