Com o milho, Sudoeste dá a largada no plantio da safra verão
Produtores antecipam o cultivo, às vezes até fora do zoneamento, pensando na safrinha de feijão ou na soja
O plantio precoce se justifica, segundo os próprios agricultores, para antecipar ao máximo possível a colheita e com isso viabilizar o cultivo da safrinha de feijão ou de soja. Cada dia a mais pode fazer diferença na hora da colheita. A região é a primeira a plantar e naturalmente a colher safra de milho.
Com pouca perspectiva de bons preços no cereal, os produtores pretendem obter maior lucratividade com a segunda safra. Sobre a dificuldade em germinação por conta do clima ainda frio, os agricultores creem que o sol forte das tardes seja suficiente para germinar a semente. O cultivo nesse período não é recomendado por alguns agrônomos e órgãos estaduais por causa do risco. A recomendação é para semeadura após a primeira semana de setembro.
Verê
Mesmo consciente dessa recomendação, o agricultor da comunidade de Verezinho, no município de Verê (25 km de Francisco Beltrão), Paulo Zago completou o plantio na semana. Receoso com o comportamento do clima, diz que é preciso arriscar para obter lucro na safrinha, que no seu caso será de soja. "A situação para o milho está muito ruim e, se a gente não tentar uma safrinha boa, podemos até passar a safra sem lucro. Na verdade estou plantando o milho porque não consegui desistir da semente e dos insumos que fiz pedido. Caso contrário plantaria só soja", afirmou, contando que vai reduzir pela metade o cultivo de milho.
Questionado se planta híbridos geneticamente modificados, Zago foi enfático. "Dá muita confusão plantar os transgênicos. Tem que rodear a lavoura com sementes convencionais e depois trocar peneira e limpar a caixa dos maquinários, fora o custo da semente que ainda é alto. Por isso prefiro plantar tudo convencional."
Outro agricultor que também realizou o cultivo do milho, no município de Renascença, André Davoglio confirmou que a safrinha é o principal motivo da antecipação do plantio do cereal de verão. Sobre a possível demora e o risco na germinação, o produtor, que é agrônomo, destaca que os híbridos utilizados são adequados para o período. "Por mais que possa ocorrer certa lentidão na germinação porque a terra está fria, embora eu não acredite nisso, o máximo de atraso que pode acontecer são de três ou quatro dias. Como o sol das tardes está bastante forte, acredito que vá germinar fácil e que vou poder manter a previsão de colheita para o dia 20 de janeiro. Depois devo entrar com feijão ou soja", comentou.
Nas demais regiões do Paraná, o plantio do milho começa em setembro e se estende até novembro, como é o caso de municípios do Centro-Sul e dos Campos Gerais.