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Com preço atraente, soja domina plantio na região de Maringá/PR


Plantio da soja começa em setembro e, segundo a Secretaria de Estado da Agricultura, o grão deverá representar 97% da produção da safra 2009/10 na região de Maringá

A soja comandará o plantio na região de Maringá a partir de setembro. O Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), estima que a safra 2009/10 seja maior do que as 421,6 mil toneladas colhidas no ciclo anterior, mas ainda não tem o porcentual de crescimento.

Já o milho deve ser plantado em 3% nos 230 mil hectares da Cooperativa de Agroindustrial de Maringá (Cocamar). O Deral estima para sua área o mesmo porcentual estimado pela cooperativa em relação ao milho. A região - Maringá e 29 municípios - colheu 45,7 mil toneladas do grão na safra 2008/09.

O economista do Deral, Willian Arc Meneghel, pondera que é difícil prever quanto se produzirá a mais de soja. “Tudo vai depender da utilização de insumos e sementes adequadas”, disse.

Ele explica que os preços destes produtos darão o tom, determinando se a produtividade será maior ou menor. Mas o economista destaca que a soja tem maior liquidez no momento, com preços atraentes no mercado internacional.

Um recente estudo da Federação da Agricultura do Paraná (Faep) aponta que o preço dos fertilizantes retraiu em 20% até junho, devido os agricultores paranaenses não estarem usando este tipo de insumo nas lavouras. No entanto, às vésperas do plantio os preços destes produtos começaram a disparar, segundo a economista da Faep, Gilda Bozza.

Estudos da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) mostram que o preço de adubos químicos subiu cerca de 300%, em média, nos últimos 3 anos, havendo suspeita de formação de cartel.

Quanto às sementes de soja, o setor terá que conviver com um aumento de 30% no valor das transgênicas. Algumas variedades modificadas que custavam, em média, R$ 0,57 (saca de R$39,99) o quilo, passaram a custar R$ 0,74. Um saco de semente chega a cobrir 1,5 hectare.

O presidente do Sindicato Rural de Maringá, José Antonio Borghi, pondera que os R$ 6 a mais pagos pela saca de sementes refletiram pouco no custo final. Segundo ele, a tecnologia agregada às sementes geneticamente modificadas justifica o investimento.

A mesma linha de raciocínio é compartilhada pelo porta-voz e assessor de imprensa da Cocamar, Rogério Secco, ao acrescentar que esta tecnologia também ajuda a diminuir custo e aumenta a competitividade externa.

A economista da Faep, em recente estudo sobre soja e milho, aponta que os horizontes internacionais podem se expandir caso se confirme a geada na soja americana ainda neste semestre.

Os americanos, que produzem 87 milhões de toneladas, podem jogar para baixo o mercado brasileiro, que produz 63 milhões de toneladas, tendo em seus calcanhares os argentinos, com 51 milhões de toneladas.

Segundo a economista, caso os três principais produtores -EUA, Brasil e Argentina - confirmem a safra, haverá um excedente de 22 milhões de toneladas nos estoques pelo mundo, o que jogará para baixo a cotação do produto na Bolsa de Chicago, na terça-feira (25) a saca estava na casa dos US$ 23,81.

O Paraná deverá colher 11 milhões de toneladas na próxima safra, ante as 9,5 milhões toneladas do ciclo 2008/09, segundo o assessor da presidência da Faep, Carlos Augusto Albuquerque.

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