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Como produzir a semente perfeita

Congresso mostra avanços técnicos que permitem que apenas sementes que passam por um rigoroso controle de qualidade sejam colocadas no mercado


Quando o agricultor investe em uma semente de alta qualidade, ele tem a garantia de que o produto que está comprando é geneticamente uniforme, altamente viável e livre de agentes que podem comprometer o bom desempenho de sua lavoura. Por trás de cada saco de semente há uma grande e complexa cadeia produtiva que gera empregos, movimenta a economia e, o principal, garante ao agricultor um produto de alta qualidade. ''Essa segurança ao plantar é fruto de um segmento que tem como desafio permanente o aprimoramento contínuo da qualidade da semente que produz'', explica Francisco Krzyzanowski, pesquisador da Embrapa Soja e presidente da Associação Brasileira de Tecnologia de Sementes (Abrates).

Para debater os desafios que cercam a produção de sementes no Brasil e no exterior, a Abrates promove de 31 de agosto a 3 de setembro, em Curitiba, o 16º Congresso Brasileiro de Sementes. O congresso deve reunir mais de 900 participantes de várias regiões brasileiras e de países vizinhos. Produtores de sementes e de mudas, técnicos de campo e de laboratórios, acadêmicos e professores terão a oportunidade de acompanhar os avanços que vêm ocorrendo nas técnicas que permitem assegurar que somente sementes que passam por um rigoroso controle de qualidade sejam colocadas no mercado.

''Nos últimos 30 anos, a qualidade de sementes de diversas espécies evoluiu extraordinariamente. Sem dúvida, isso é decorrente da utilização pelo setor produtivo das técnicas de produção e análise de sementes, desenvolvidas pelas pesquisas pública e privada'', explica José de Barros França Neto, pesquisador da Embrapa Soja. Prova disso, é que os investimentos em pesquisa e inovação vêm crescendo ano a ano e se traduzem no volume de trabalhos científicos apresentados a cada edição do Congresso Brasileiro de Sementes. A edição que começa na próxima semana recebeu 981 trabalhos, um recorde histórico.

França Neto explica que, enquanto nos anos de 1970, a densidade de semeadura equivalia a 130 kg de sementes por hectare de soja, hoje, as cultivares modernas demandam populações menores, de até 180 mil plantas por ha, o que requer com uma média de 60 kg de sementes por ha, chegando a 35 kg quando as sementes são menores.

Hoje, quando se fala em qualidade de semente, há inúmeras técnicas que contemplam desde o início da produção a campo, até a preocupação com a secagem e armazenagem desse material. Na visão do pesquisador Miller B. McDonald, professor do Departamento de Horticultura e Ciências Agrícolas da Universidade de Ohio e palestrante do congresso, o conceito de semente de qualidade passa pelo entendimento de como produzir a ''semente perfeita'' no campo ou na casa de vegetação. Uma falha nesse entendimento compromete a colheita e operações de limpeza, o que leva à produção de uma semente de baixa qualidade.

A programação técnica do evento inclui ainda discussões sobre os seis anos da Lei de Sementes; palestras internacionais que trarão ao público presente o estado-da-arte em inovações; o uso de sementes para biocombustíveis, técnicas de detecção de patógenos e bactérias, emissão de certificados de origem, entre outros assuntos. Durante o congresso, também serão realizados o Simpósio Brasileiro de Patologia de Sementes e o Simpósio de Sementes Florestais.

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