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Cotações da soja subiram durante a semana

China foi o maior comprador com 737.400 toneladas


Foto: Marcel Oliveira

Análise da Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário.

As cotações da soja em Chicago subiram um pouco durante esta semana. O fechamento desta quinta-feira (28) ficou em US$ 8,47/bushel, para o primeiro mês cotado, contra US$ 8,35 uma semana antes. Auxiliou nesta recuperação as boas exportações semanais estadunidenses de soja. Na semana encerrada em 14/05, as vendas líquidas da oleaginosa somaram 1,2 milhão de toneladas para o ano comercial 2019/20, ficando 80% acima da média das quatro semanas anteriores. E a China foi o maior comprador com 737.400 toneladas.

Já para o ano 2020/21 o volume alcançou 464.000 toneladas, colocando o volume somado entre os dois anos acima do esperado pelo mercado. Ao mesmo tempo, a expectativa da reabertura da economia estadunidense, passado o forte da pandemia, deixa o mercado mais otimista. A alta nos preços do petróleo veio confirmar esta lógica sob a ótica do mercado da soja. Enfim, apesar das preocupações políticas entre EUA e China, o país asiático continua comprando soja do país norteamericano, cumprindo os acordos assinados em janeiro passado. Além disso, o dólar se desvalorizou perante as principais moedas do mundo, aumentando a competitividade da soja estadunidense no mercado internacional. 

Por outro lado, o mercado esperava o anúncio de uma área semeada com soja nos EUA acima dos 65% apontada em 25/05. Mesmo assim, este percentual está bem acima dos 26% semeados na mesma data do ano passado e dos 55% da média histórica.

Aqui no Brasil, com o forte recuo do dólar e a consequente revalorização do Real (a moeda brasileira chegou a R$ 5,28 por dólar em alguns momentos da semana) os preços da soja recuaram. O balcão gaúcho fechou a semana na média de R$ 98,95/saco, perdendo R$ 2,58/saco em relação a semana anterior. Os lotes, por sua vez, fecharam a semana entre R$ 102,50 e R$ 103,00/saco. Nas demais praças nacionais os lotes registraram os seguintes valores: R$ 99,00 no centro e norte do Paraná; R$ 90,50 em Sorriso (MT); R$ 88,00 em São Gabriel (MS); R$ 95,00 em Goiatuba (GO); R$ 103,00 em Campos Novos (SC); R$ 92,00 em Pedro Afonso (TO); e R$ 94,00/saco em Uruçuí (PI).

Dito isso, as exportações de soja pelo Brasil somaram 12,2 milhões de toneladas nos primeiros 15 dias úteis de maio, com um preço médio de US$ 331,50/tonelada. Em comparação a maio de 2019 a alta é de 79,3% no volume exportado e 74,5% na receita média obtida, embora o preço tenha recuado 2,65%. (cf. Safras & Mercado, citando a SECEX).

Entre janeiro e o dia 24 de maio deste ano de 2020 o Brasil acumula exportação de 45,9 milhões de toneladas de grãos de soja, contra 35,5 milhões na mesma época do ano passado. Espera-se, para todo o ano, vendas ao redor de 77,5 milhões de  toneladas. Já nos quatro primeiros meses do ano o Estado do Mato Grosso foi o que mais exportou, com 10 milhões de toneladas, seguido do Paraná com 4,4 milhões e Goiás com 2,4 milhões de toneladas. O Rio Grande do Sul vinha em quinto lugar com 1,9 milhão de toneladas exportadas no período. Em farelo de soja igualmente o Mato Grosso liderava, com 1,7 milhão de toneladas, seguido do Paraná com 997.600 toneladas. Já em óleo de soja o Paraná liderava com 153.430 toneladas vendidas ao exterior. 

Quanto à colheita da atual safra de soja, enquanto no Brasil a mesma estava encerrada, na Argentina, até o dia 21/05, ela atingia a 91% da área semeada, contra 81% em igual momento do ano anterior. Vale destacar neste aspecto que a produção gaúcha de soja, nesta última safra, efetivamente ficou em 10,7 milhões de toneladas segundo a Emater gaúcha, contrariando os dados otimistas da iniciativa privada que chega a apontar um volume de 13,9 milhões de toneladas. A previsão inicial de produção no Estado girava entre 19,5 e 20,5 milhões de toneladas. Neste contexto, a safra total brasileira teria chegado a 121,4 milhões de toneladas em 2019/20. 

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