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Crescer sem esquecer os pequenos

"Não nos esqueçamos que temos o social por trás de tudo isso, e que a ganância pode significar a derrocada em pouco tempo"


É natural no ser humano, querer crescer, se desenvolver, melhorar a vida e ficar grande. Em qualquer que seja a atividade, mesmo particulares, profissionais ou familiares, as pessoas buscam uma posição melhor na sua vida. Mas também é verdade que muitas pessoas que prosperaram, fracassaram em determinado momento, por ter esquecido as origens, ignorado os amigos ou colegas de trabalho, e até mesmo, em casos profissionais, esquecido que já foram pequenos e ficaram grandes com o apoio e colaboração de muita gente. No jargão popular esse comportamento é chamado de “subiu à cabeça”. Esse tipo de pessoa se encontra em vários locais, com destaque na esfera pública-administrativa, política e mesmo empresarial.
No setor público os casos são mais visíveis e corre maior risco de reversão, pois as eventuais mudanças de administradores públicos, devido a resultados em eleições, é comum encontrarmos alguém descendo a escada e outros subindo. E no agronegócio e no cooperativismo isso também ocorre? Certamente que sim. Os mais antigos do sistema, já assistiram esse filme. Pessoas humildes, parceiras em outros tempos, à medida que a cooperativa foi crescendo, foram se tornando poderosos e importantes, esquecendo as bases menosprezando aqueles que conviveram ou se relacionaram com a cooperativa. Não são poucos os exemplos em que grandes potências sucumbiram, pelo egoísmo e falta de humildade dos dirigentes, lideres ou executivos. Aqui mesmo em SC, há fatos nessas situações que podem ser enumerados. Eu tenho afirmado que no cooperativismo não se pode esquecer o passado, embora tenhamos que viver o presente planejando o futuro.
 
Considerando que os dirigentes de plantão nas cooperativas não são donos e como tal, em determinado momento precisarão passar pelo crivo do voto, é muito importante lembrar que a prepotência, a auto-suficiência e a visão podem gerar descontentamentos e estimular uma disputa eleitoral que afetará não apenas os dirigentes, mas a estrutura e o sistema cooperativo como um todo. As cooperativas precisam preservar a ética, não disputarem área ou associados, pensar no futuro e não apenas em crescer a qualquer custo. Cabe aos dirigentes maiores, leia-se, membros dos conselhos de administração e fiscal, cuidar da parte política e social da cooperativa. Os executivos, quer da área comercial ou financeira, geralmente são imediatistas, monetaristas sem a preocupação estratégica, e assim procedendo colocam em risco o futuro da entidade.
 
Dessa forma fica o recado como lembrança para aqueles que estão crescendo aceleradamente apenas nos setor econômico. Não nos esqueçamos que temos o social por trás de tudo isso, e que a ganância pode significar a derrocada em pouco tempo. Deixe isso escrito e me cobre no futuro. Pense nisso.

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