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Criação de abelhas gera renda na região Vale do Rio Doce

Produtores de Itueta (MG) encontram na apicultura uma grande oportunidade de negócio


Produtores de Itueta (MG) encontram na apicultura uma grande oportunidade de negócio
Em Itueta, no Vale do Rio Doce, a 450 km de Belo Horizonte, Suely Almeida dos Santos Pieper, 39 anos, dois filhos, agora tem sonhos mais doces. Ela poderá trabalhar um dia por semana sem sair de casa e contar com uma renda de R$ 1 mil a mais por mês, sem abandonar suas atividades. Administrará o próprio negócio, além de receber, gratuitamente, todo o equipamento necessário à produção, mais assistência técnica, cursos e consultoria especializada.

O desenvolvimento cabe à ONG Rede Vidas, de Itueta, em parceria com várias entidades e apoio financeiro da Petrobras, do Banco do Brasil e do Sebrae, que destinaram recursos para montagem de duas salas de produção de mel em cada cidade, mais a compra de equipamentos, cursos e assistência técnica.

O projeto vai estimular a apicultura regional. Há bons motivos para a sua escolha: no Krenac, um território indígena, as abelhas são abundantes. Hélio da Silva, professor da Universidade Federal de Viçosa (UFV), diz que a região é muito rica em essências florestais de néctar e pólen para as abelhas, além de áreas reflorestadas com eucalipto.

O mel da região tem um grande diferencial: é orgânico. Numa região carente de empregos, o projeto é uma dádiva. Na verdade, não há muito o que temer. “A produção brasileira de mel não atende à demanda. E nosso consumo é insignificante”, diz Hélio da Silva. Ele é de 120 gramas de mel por pessoa/ano. Já os alemães consomem mais de 2,5 quilos. Além disso, a fim de melhorar a saúde das crianças, o produto está sendo inserido na merenda escolar, o que facilitará as vendas.

No momento, cada município participante do projeto está com 50 colmeias. Elas foram divididasentre dois grupos. Quando cada um deles chegar a 100 colmeias – contando com uma boa florada para produzir mel e própolis –, terá uma renda bruta mensal de R$5 mil a ser dividida entre as cinco famílias que o compõem.

Mais do que isso, dependerá do aumento do número de colmeias. Bastará aos participantes ter mais caixas de madeira semelhantes às que receberam dos organizadores do projeto. Eles têm de poupar e até já aprenderam como fazer as caixas por R$40 (se compradas prontas, elas custam entre R$100 e R$120). A diferença é uma boa economia que se somará ao financiamento do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).

Em contrapartida, os produtores têm de proteger as nascentes das suas propriedades. Os materiais para o cercamento, como os mourões, foram doados pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF). Os técnicos já fazem o georreferenciamento para a recuperação adequada a cada propriedade, e o projeto técnico.

O Sebrae ajuda a impulsionar a atividade, dando ainda orientações de mercado para o escoamento do mel produzido.

Números do projeto

9 municípios par ticipantes
90 famílias beneficiadas
2.250 jovens e mulheres atendidos
450colmeias no início do projeto

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