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Diversificar para permanecer no campo

Diversificação de culturas pode ser fator determinante para que o jovem permaneça no campo


A diversificação de culturas pode ser fator determinante para que o jovem permaneça no campo. É o caso de Leomar Mileski Bedun, de 27 anos, que vive com os pais e o irmão, Fábio Mileski Bedun (24) em uma propriedade rural no município de Barão do Triunfo (RS). Como várias outras famílias da região, a de Leomar tradicionalmente planta fumo, mas eles já não têm um bom retorno, como tiveram antigamente. O baixo lucro e o grande volume de trabalho que o cultivo do tabaco demanda faz com que muitos jovens desanimem e decidam trocar o campo pela cidade em busca de novas oportunidades. Mas Leomar foi perseverante e criativo. Buscou novas alternativas e segue feliz no campo, mantendo viva a tradição da agricultura familiar.

Após pesquisar alternativas, Leomar chegou à conclusão que as melhores opções para as suas condições seriam batata doce e tomate.  Ele pensou nos detalhes, incluindo o mercado e a logística de escoamento. “Hoje vendemos para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e para o Programa de Aquisição de Alimentos em Canoas”, conta o jovem agricultor, que a cada 15 dias entrega pelo menos 300 caixas de alimentos para programas do Governo Federal.

A propriedade da família de Leomar tem 25 hectares sendo que a maioria é de terras não agricultáveis. Atualmente, 3 hectares são usados para plantar.  Segundo ele, de todos os produtos o mais rentável é a batata doce, e produz três variedades. “A batata-doce dá 25 toneladas em 1 hectare. É muito produtiva e tem alto rendimento”.  

Leomar considera que a lavoura de  fumo não vale mais a pena: “Reduzi em 70% a produção no último ano.” Ele constata que é menos arriscado investir no alimento, além de o retorno financeiro ser garantido. “O tabaco, uma chuva de granizo pode vir e acabar com tudo. É dificultoso, eu trabalhava dia e noite”, explica.


Investimentos

Para aperfeiçoar a produção, Leomar comprou um trator, que foi financiado pela linha de crédito Mais Alimentos, do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). Com o financiamento já quitado, ele se prepara para pegar outro crédito e comprar um pequeno caminhão, que vai ajudar no escoamento da produção. 

Investimento é o que não falta na propriedade da família Bedun.  Recentemente, eles investiram R$ 30 mil em um galpão, um lavador de batatas e em caixas próprias para transportar e armazenar a produção. Agora eles estão construindo três estufas, onde vão cultivar tomate semi-hidropônico.  Em todas as etapas da produção a família conta com o serviço de Assistência Técnica e Extensão Rural, que na região é prestado pela Emater-RS.

A família é unânime ao afirmar de que valeu a pena diversificar, principalmente o pai, Vilmar Oltz Bedum, de 55 anos. “O fumo dá dinheiro, mas tem ano que não sobra nada para investir na safra seguinte”, disse o pai. “É assim, meio que sem perceber, que os agricultores entram em ciclos viciosos de produção”, comenta o extensionista da Emater que os atende, Elias Kuck. 


Tereza Rodrigues/Ascom

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