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Embrapa articula projetos em pecuária de corte com Venezuela

A primeira proposta de cooperação técnica apresentada pelo governo de Hugo Chavez diz respeito à produção de bovinos, ovinos e caprinos com biotecnologias reprodutivas


Desde 2008, a Embrapa desenvolve na Venezuela mais um programa de cooperação técnico-científica internacional, em formato semelhante ao desenvolvido pela Embrapa África em Gana. Com foco e prioridades em ações de transferência de tecnologia, o Escritório de Negócios, localizado em Caracas, busca fortalecer o setor agropecuário do país vizinho.

Para contar com os produtos e os serviços desenvolvidos pela Empresa, a iniciativa tem o apoio dos Ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, e de Relações Exteriores. A equipe da Embrapa Venezuela que articula no país é composta pelos especialistas Elias de Freitas Júnior – coordenador e Edison Antonio Bolson. A atuação tem ainda suporte em um acordo bilateral com o Instituto Nacional de Pesquisas Agrícolas da Venezuela (INIA).

Para tanto, em recente missão à Venezuela, o pesquisador e chefe de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Gado de Corte (Campo Grande-MS), Cleber Oliveira Soares, participou de diversos debates e reuniões com autoridades locais, como o vice-ministro do Circuito Agroalimentário e Agroprodutivo do Ministério da Agricultura e Terras, Yván Gil, e gerentes do INIA, afim de delinear o planejamento e a execução de projetos ligados às áreas de reprodução e sanidade animal.

A primeira proposta de cooperação técnica apresentada pelo governo de Hugo Chavez diz respeito à produção de bovinos, ovinos e caprinos com biotecnologias reprodutivas e visa a segurança alimentar dos venezuelanos, com um maior acesso ao consumo de proteínas de origem animal de qualidade comprovada. Atualmente o país possui regiões altamente produtivas e outras zonas extremamente precárias.

O projeto tem a duração prevista para três anos e por meio da aplicação de técnicas eficientes, propõe melhorar a alimentação do povo venezuelano por meio de avanços na reprodução, sanidade e manejo dos seus rebanhos. Ao final, o resultado esperado é aumentar a disponibilidade de proteína animal.

O plano operacional inclui a construção, a adequação e a atualização da infraestrutura das unidades animais do INIA e ainda a capacitação de seus técnicos. “Iremos levar nossa equipe até eles em alguns momentos e em outros eles virão ao Brasil. Esse fluxo dependerá de cada etapa do projeto”, explica Cleber Soares.

Sanidade – outro intento, revelado por Cleber Soares, é a implementação de ferramentas para o diagnóstico e controle de enfermidades que afetam, diretamente, a produção e a reprodução pecuária e a saúde pública. Tal demanda parte dos pecuaristas, que desejam resolver e encontrar respostas para os diferentes problemas enfrentados por seus rebanhos.

As metas prevêem o controle sanitário de pelo menos 80% dos rebanhos, determinados previamente, com manejo e controle sistematizado, o qual garantirá a qualidade dos produtos e subprodutos da pecuária; elevar de 5% a 15% a oferta de insumos e serviços estabelecidos pelos programas nacionais de controle sanitário; e a certificação de, no mínimo, 70% dos produtos de origem animal.

Para cumprir esses objetivos os processos produtivos e reprodutivos “serão incrementados com o auxílio de pesquisadores da Embrapa de diversas Unidades, também, através de treinamentos”, afirma o chefe de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Gado de Corte.

De acordo com os representantes do INIA vários segmentos venezuelanos se beneficiarão a partir do estabelecimento desses dois projetos, entre eles, os pequenos e médios produtores, os centros de pesquisa, as universidades nacionais e internacionais, os acadêmicos de pós-graduação e, obviamente, as comunidades rurais e urbanas.

Além disso, com a aplicação dessas tecnologias os técnicos esperam obter um expressivo aumento na oferta de leite e carne de bovinos, ovinos e caprinos em, no mínimo, 40 milhões de litros; um aumento em 100 mil cabeças desses animais; e 65% de eficiência reprodutiva a mais, com taxa de mortalidade inferior a 5%.

Ao que parece, a Venezuela de hoje não deseja ser lembrada apenas por suas riquezas petrolíferas, mas também por uma agricultura sustentável que ofereça ao seu povo segurança e soberania alimentar. As informações são da assessoria de imprensa da Embrapa Gado de Corte.

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