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Empaer-MT propõe substitução de abelhas rainhas geneticamente melhoradas

O projeto pretende atender cem famílias que vivem da pesca dando oportunidade em ter outra fonte de renda


Com a finalidade de aumentar a produção de mel e evitar a contaminação de doenças em Mato Grosso, o biólogo da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), João Bosco Pereira está executando um projeto de melhoramento genético para produção de abelhas rainhas africanizada -
Apis mellifera. O projeto visa atender produtores rurais que estão na atividade com a entrega de cinco a dez abelhas rainhas por apiário a fim de aumentar a produtividade em 100%, chegando a uma produção de 60 quilos de mel por colmeia ao ano.

Conforme Bosco, o segredo de uma boa produção é manter no apiário abelhas rainhas jovens, com idade máxima de dois anos, já que vivem até cinco anos, um bom pasto apícola para produzir em média de 3 mil ovos por dia, uma população de 80 mil abelhas operárias por colmeia para atingir uma produção de 50 a 60 quilos de mel/ano. Conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE/2008), o Estado possui 1.200 apicultores com uma produção de 500 toneladas de mel por ano. Conta com aproximadamente 280 apiários e 3.435 colmeias com uma produção de 20 quilos de mel por caixa.

Pereira comenta que uma colmeia produz em média 30 quilos de mel por ano. Ele destaca que o mais importante que produzir é organizar a cadeia da apicultura garantindo o selo de qualidade para o mel produzido em Mato Grosso. “Hoje estamos vendendo na informalidade e o produto não está nas prateleiras dos estabelecimentos comerciais. É necessário organizar o setor produtivo por meio de cooperativas e associações”, ressalta.

A Empaer, em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e Rotary Internacional, está implantando um projeto para instalação de apiários e recuperação da mata ciliar nas comunidades de pescadores e indígenas na região sul do Pantanal, nos municípios de Santo Antônio de Leverger e Barão de Melgaço. O projeto pretende atender cem famílias que vivem da pesca dando oportunidade em ter outra fonte de renda.


Técnicos do Senar e Empaer estão qualificando e treinando as famílias interessadas na atividade apícola com orientações teóricas e práticas sobre a criação de abelhas. Ao todo serão 300 colmeias em produção até o final de 2012. Paralelamente a instalação das colmeias acontecerá o plantio de mudas nativas para recuperação da mata ciliar com plantas melíferas para enriquecer o pasto apícola.

Com a apicultura, o biólogo calcula que uma produção de até 50 quilos de mel/ano, pode render para a família até R$ 3 mil. No mercado o mel está sendo vendido a R$ 20,00 o quilo, o produtor com três colmeias poderá extrair 150 quilos de mel/ano e obter lucro e renda. “O projeto é abrangente, busca a viabilidade econômica, social e também a preservação da natureza”, conclui Bosco.

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