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Especialistas garantem que alimentos modificados geneticamente não fazem mal à saúde


Quem estiver preocupado com a possibilidade de comer soja transgênica pode ficar tranqüilo. Do ponto de vista alimentar e nutricional, a soja modificada não representa risco à saúde. É o que garantem os especialistas Franco Lajolo, da Universidade de São Paulo (USP), e Marília Nutti, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), autores do livro Transgênicos: Base Científica da Segurança, a ser lançado hoje (02-04) em São Paulo.

Segundo Lajolo, professor titular do Departamento de Alimentos e Nutrição Experimental da USP, os alimentos transgênicos disponíveis hoje no mercado "são tão seguros quanto os convencionais e às vezes até mais" - opinião compartilhada pelas academias científicas de vários países e pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Ele explica que os genes inseridos nos alimentos modificados são pequenos pedaços de DNA, molécula presente em todos os seres vivos, que são digeridos da mesma forma que qualquer outro material genético.

"É tão arriscado quanto qualquer outro DNA que você come", afirmou. Lajolo reconhece que a engenharia genética não é isenta de riscos, mas esses são propriamente examinados nos processos de pesquisa e avaliação. "Tudo o que se pensava em termos de risco potencial ou não ocorreu, ou foi detectado e a produção foi suspensa", disse.

Ele cita o caso do feijão que recebeu um gene da castanha-do-pará: verificou-se que o feijão transgênico poderia causar reações alérgicas e a pesquisa foi abortada. Sobre a necessidade de rotulagem, Lajolo disse que o consumidor tem o direito de saber o que está comprando, mas a identificação do transgênico não deve ser vista como um sinal de perigo. "A rotulagem não significa mais ou menos segurança, significa informação ao consumidor."

Outra preocupação é de que os transgênicos possam causar problemas a longo prazo para quem os consumir. Segundo Marília Nutti, chefe-geral da Embrapa Agroindústria de Alimentos, no Rio de Janeiro, não há nenhuma indicação nesse sentido. Ela lembra, entretanto, que o processo de avaliação precisa ser contínuo. "Pode ser que daqui a um ano novas sugestões sejam feitas", disse. "Até o momento, não há nenhum produto já avaliado que cause problemas à saúde humana ou animal."

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