Exportações de ovos têm alta anual
México e Japão ampliam compras de ovos do Brasil
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O Boletim de Conjuntura Agropecuária divulgado nesta quinta-feira (4) pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento, aponta crescimento nas exportações brasileiras de ovos entre janeiro e outubro de 2025. Segundo dados do Agrostat Brasil, do Ministério da Agricultura e Pecuária, o país embarcou 49.806 toneladas no período, alta de 36,8% em relação aos dez primeiros meses de 2024. O faturamento passou de US$ 134,2 milhões para US$ 163,365 milhões, aumento de 21,7%.
O levantamento indica que os principais itens exportados são “ovos férteis destinados à incubação e os ovos frescos com casca”. O Paraná aparece como quarto maior exportador em 2025, com 5.641 toneladas e receita de US$ 28,418 milhões, números inferiores aos de 2024. O estado registrou queda de 33,3% no volume e de 24,4% no faturamento.
Entre os maiores exportadores, o relatório mostra desempenho distinto. São Paulo reduziu suas exportações em 21,5%, enquanto Mato Grosso teve avanço de 2.996,3%. Minas Gerais cresceu 105,1%, o Rio Grande do Sul recuou 16,9% e o Espírito Santo registrou alta de 907,4%. São Paulo segue líder, com 12.778 toneladas e receita de US$ 50,395 milhões.
Os destaques do período foram Mato Grosso e Espírito Santo. O boletim cita que Mato Grosso passou de 241 toneladas e US$ 308.984 em 2024 para 7.642 toneladas e US$ 13,345 milhões em 2025. O Espírito Santo avançou de 410 toneladas e US$ 571.852 para 4.130 toneladas e US$ 8,460 milhões.
No acumulado dos dez meses de 2025, os Estados Unidos permaneceram como principais compradores. O país importou 19.578 toneladas e registrou gasto de US$ 41,606 milhões, elevação de 1.038,9% no volume e de 1.299,9% no faturamento em comparação com o ano anterior. O boletim afirma, porém, que a aplicação de uma tarifa de 50% pelo governo norte-americano a partir de agosto alterou esse cenário.
Outros destinos também se destacaram entre janeiro e outubro: México, Chile, Senegal e Japão. Apenas Chile apresentou queda no volume importado no período, segundo o Deral.
O relatório lembra que o Brasil ainda destina mais de 99,5% da produção de ovos ao mercado interno. Apesar disso, a Associação Brasileira de Proteína Animal registrou embarques de 2.366 toneladas em outubro, alta de 13,6% em relação ao mesmo mês de 2024. A receita no período foi de US$ 6,051 milhões, aumento de 43,4%.
Nos dez meses de 2025, as exportações totalizaram 36.745 toneladas, crescimento de 151,2% frente a 2024. A receita subiu 180,2%, alcançando US$ 86,883 milhões. Chile seguiu como principal destino em outubro, com 578 toneladas, embora tenha reduzido as compras. Na sequência aparecem Japão, México, Equador e Emirados Árabes Unidos.
O boletim dedica parte da análise ao impacto da tarifa aplicada pelos Estados Unidos. O documento lembra que, em julho, antes da cobrança, “os EUA importaram 3.774 toneladas de ovos e gastaram US$ 7,578 milhões”, expansão superior a 3.000% sobre 2024. Entre janeiro e julho, o país já acumulava 18.998 toneladas importadas e desembolso de US$ 40,8 milhões.
Com o início da tarifa, o movimento mudou. Em agosto, os norte-americanos compraram 439 toneladas, valor ainda maior que o de 2024, mas longe do ritmo observado até julho. Em setembro, as importações caíram para 100 toneladas e, em outubro, para 41 toneladas. A análise conclui que o tarifaço reduziu o volume exportado e “interrompeu as possibilidades de conquista e a consolidação de um mercado comprador para os ovos do Brasil”.