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Fábrica-padrão abre espaço no exterior para a Ouro Fino


A Ouro Fino, empresa do interior de São Paulo que atua no segmento de produtos farmacêuticos para saúde animal, prepara-se para inaugurar sua nova fábrica e amplia sua carteira de clientes para o mercado externo. A nova sede já estará em atividade a partir de fevereiro no município de Cravinhos, perto de Ribeirão Preto, onde a empresa está instalada desde 1987. Segundo o diretor de Comércio Exterior da Ouro Fino, José Adolfo Trevelin, a nova fábrica foi planejada e construída nas normas mundiais de GMP, ou Good Manufacturing Practices (boas práticas de fabricação).

São regras que seguem os padrões aceitos pela Food and Drug Administration (FDA), agência norte-americana de regulamentação de alimentos, bem como dos órgãos sanitários da União Européia. O certificado é o mais completo de controle de processos de fabricação e atende a todos os países. Hoje a Ouro Fino possui apenas o GMP brasileiro.

Novos mercados

Segundo Trevelin, parte da fábrica começa a produzir pesticida em fevereiro. A idéia é que em agosto toda produção opere em Cravinhos. O investimento para este ano, que compreende a primeira fase do projeto, é de US$ 12 milhões. Para a estrutura administrativa, o desembolso é de US$ 3 milhões. O setor permanecerá em Ribeirão até 2005.

De acordo com Trevelin, o objetivo da nova fábrica é abrir espaços para conquistar novos mercados externos, como os Estados Unidos, a Austrália e a Europa, que exigem o GMP. Já em agosto, segundo Trevelin, começa o processo de certificação dos produtos nesses países. "Este ano queremos consolidar os mercados em que já atuamos e trabalhar com outros cinco países onde nossos produtos estão em processo de registro", diz Trevelin. A Ouro Fino exporta para mais de 25 destinos. Os primeiros contratos foram fechados há cinco anos com México, Colômbia, Paraguai e Uruguai. "A América Latina é responsável por 70% das nossas exportações", diz.

A empresa deve começar a exportar até o meio do ano para Emirados Árabes e Arábia Saudita. Mas, hoje, a grande coqueluche da Ouro Fino é a África. "O Brasil tem similaridade com o continente, além da semelhança com o clima", diz Trevelin. O mercado veterinário da África do Sul movimenta cerca de US$ 78 milhões e a empresa quer abocanhar uma parte desse nicho. "Queremos exportar R$ 800 mil para a África."

Estreitando relações

Recentemente, um grupo de empresários da África do Sul esteve em Ribeirão Preto para estreitar as relações. A empresa paulista começou exportar para os sul-africanos no ano passado e quer conquistar outros países do continente, como Zimbábue, Zâmbia, Namíbia, Quênia e Nigéria, entre outros. No Brasil, assim como no exterior, a empresa quer consolidar os negócios existentes e ampliar seu leque. A meta é conquistar as regiões Centro-Oeste, o Nordeste e o interior de São Paulo.

A Ouro Fino trabalha com mais de 120 produtos para bovinos, aves, suínos, eqüinos, caprinos, camelídeos e pets. Só para a África do Sul são vendidos nove produtos e outros dez estão em processo de registro no Ministério da Agricultura daquele país.

Para conquistar espaço no mercado externo, a empresa precisa passar por vários processos, como registro do produto no órgão do responsável do país e certificação para posteriormente começar a exportar. A Ouro Fino procura atender às exigências de cada país e vender seus produtos conforme a cultura local. Por exemplo, na África há muitos países muçulmanos, então os produtos levam um símbolo do islamismo.

A Ouro Fino trabalha com distribuidores, mas também com gerentes brasileiros em algumas nações, como África do Sul, Quênia, Sudão e México. O objetivo é gerenciar a política de vendas do distribuidor em cada país. "Não é só vender produtos; o negócio é fazer aliança estratégica com o distribuidor."

Entre as dez maiores

Só ano passado, as vendas com o comércio exterior responderam por 12,5% do faturamento da Ouro Fino, algo em torno de R$ 8,75 milhões. O faturamento total da empresa atingiu R$ 70 milhões em 2003. A expectativa para este ano é faturar R$ 85 milhões, dos quais cerca de 15% corresponderão ao comércio exterior. Segundo o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal, o faturamento da Ouro Fino está entre os dez maiores do mercado de saúde animal.

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