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Frango abatido perde tudo o que conquistou no último trimestre de 2019

Frango abatido resfriado encerra o primeiro mês de 2020 retrocedendo


Foto: Pixabay

O frango abatido resfriado encerra o primeiro mês de 2020 retrocedendo, praticamente, à mesma cotação registrada no final de outubro de 2019: algo em torno dos R$3,85/kg, quase um quarto a menos que o valor alcançado no início do ano, pouco mais de R$5,00/kg (base: produto comercializado no Grande Atacado de São Paulo).

O curioso, neste caso, é que perdeu cerca de R$1,15/kg em cerca de quatro semanas, mesmo espaço de tempo em que, entre outubro e novembro passado, obteve valorização de R$1,15/kg. Ou seja: saiu, então, de R$3,85/kg e chegou aos R$5,00/kg. Agora, com a mesma velocidade, sai de R$5,00/kg e retorna aos R$3,85/kg. Um processo que o gráfico abaixo permite visualizar com maior clareza.

O pior, no entanto, é que essa queda remete a cotação do frango abatido a, praticamente, o mesmo valor registrado um ano atrás, no final de janeiro de 2019. Uma situação absorvível em outras circunstâncias, mas não na presente conjuntura, em que pelo menos dois fatores geram profunda preocupação.

O primeiro: há um ano, quando janeiro chegava ao seu final, o preço do frango abatido iniciava processo de recuperação. Enfrentou, é verdade, um retrocesso na segunda quinzena de fevereiro, mas logo obteve novas altas, chegando (mês de maio) à melhor cotação dos 10 primeiros meses do ano. Em 2020, pelo menos por enquanto, nada disso está sendo vislumbrado.

O segundo fator ainda mais digno de preocupação está relacionado às condições de produção ou, mais exatamente, ao principal ingrediente da alimentação do frango, o milho – agora bem mais caro. Um ano atrás, nesta mesma época por exemplo, uma tonelada de frango abatido gerava receita suficiente para adquirir 5,6 toneladas de milho. Hoje, a renda proporcionada pelo mesmo volume de frango abatido possibilita comprar não mais que 4,2 toneladas do grão, um quarto a menos que no final de janeiro de 2019.

Repassar essa alta ao consumidor é a forma natural de minimizar as perdas enfrentadas. Mas – está provado – quem manda é o mercado. Por ora, nem um pouco propício, quer interna, quer externamente.

Quatro anos atrás (2016), sob as mesmas circunstâncias (baixa disponibilidade e altos preços do milho) o setor produtivo só voltou a se reequilibrar depois de readequar o volume produzido. É procedimento que merece ser reavaliado.

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