Fungicida imazalil penetra na casca da maçã
"Até realizamos um teste de exposição do fungicida à luz ultravioleta, que não o degradou"
Uma pesquisa realizada na Universidade Federal de Goiás (UFG), em parceria com a Universidade do Estado de Louisiana, nos Estados Unidos, mostrou que o fungicida imazalil, um dos mais utilizados em prateleiras vegetais, penetra na casca da maçã em apenas sete dias. De acordo com os resultados do estudo da UFG, após sete dias de aplicação, o imazalil penetra até 6 milímetros na maçã.
O fungicida é utilizado em frutas cítricas, pós-colheita, para inibir o desenvolvimento de fungos, retardando o apodrecimento do produto. Segundo o pesquisador Igor Pereira, foi testada uma maçã fuji orgânica, e comprovou-se que o agroquímico penetrou na fruta, além da casca, de forma significativa. "Penetrava um pouco antes da metade da fruta. E isso em sete dias, isto é, em pouco tempo", disse o pesquisador ao departamento de comunicação da universidade.
Segundo o orientador da tese, professor do Instituto de Química da Universidade Federal de Minas Gerais Boniek Gontijo, as especificações contidas no rótulo do produto afirmam que o fungicida 'fotodegradado' ao longo do tempo, ou seja, após a aplicação, sua molécula é degradada pela luz, portanto, não haveria risco de permanecer nas árvores frutíferas. No entanto, a pesquisa provou que a molécula não se degrada e penetra ainda mais dentro da fruta ao longo do tempo. "Até realizamos um teste de exposição do fungicida à luz ultravioleta, que não degradou", observou ele.
A professora Boniek Gontijo também chama a atenção para a abordagem inovadora da pesquisa, que, além de comprovar a penetração, monitorou a profundidade do alcance do fungicida na fruta. "A maioria das técnicas e métodos não tem a ver com distribuição espacial", explica.
