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Gengibre e inhame impulsionam a agricultura familiar

O mercado para a produção de gengibre é diversificado. O rizoma pode fazer parte de receitas culinárias, chás e medicamentos


Foto: Divulgação

A motocicleta preta de André Gouveia da Fonseca não para. Munido do inseparável facão, o agricultor percorre a zona rural de Tamarana, na Região Norte, de ponta a ponta em busca de áreas que permitam expandir as produções de gengibre e inhame. Conta, atualmente, com espaço de dez alqueires, dividido igualmente entre as culturas, espalhado por diferentes pontos da cidade. Toca a administração dos negócios com mais dois irmãos, o que lhe permitiu ter a logística necessária para fechar o contrato que trouxe paz à família. Os Fonseca entregam semanalmente produtos para rede de supermercados Muffato. Comércio e renda garantidos, sem a necessidade de depender tanto da volatilidade das concorridas bancas da Ceasa de Londrina.

“Comecei cedo, com 12 anos meu pai já me levava para a lavoura. No início plantava verduras de todos os tipos, mas optei pelo gengibre e o inhame por causa do preço, que se mantém estável no mercado durante o ano todo”, diz.

Da roça familiar ele tira anualmente 7 mil caixas de 24 quilos de inhame (média de R$ 3,50) e 4 mil caixas de 16 quilos de gengibre (média de R$ 6). É peça-chave no sistema que fez Tamarana ganhar informalmente o título de “capital do gengibre”.

O município de 15 mil habitantes é um dos 12 catalogados pela Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento como produtor da raiz no Paraná. Lidera o pequeno ranking. São, em média, 1,8 milhão de quilos por ano em uma área de 150 hectares.

“Era para ser mais. Eu mesmo dei uma segurada por causa da pandemia. Normalmente, por causa do frio e das festas juninas, maio, junho e julho são os melhores meses de venda. Sai muito gengibre para fazer quentão. Só que com a Covid-19 as festas acabaram, e o mercado ficou mais devagar”, afirma Fonseca.

A colheita, diz ele, é feita de abril a agosto, casada exatamente com o período mais frio do ano, entre o outono e o inverno. Por meio do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná), os agricultores contam com o apoio integral do Governo do Estado.

“É nossa missão ajudar esses pequenos agricultores a se tornarem atores no processo de construção de um Estado capaz de gerar renda e empregos. O agro é o setor que pode liderar a retomada da economia depois da pandemia e estamos trabalhando todos os dias para isso”, destaca o secretário de Estado da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara.

INHAME – Instabilidade do gengibre que ele recupera de certa forma com a cultura do inhame. Tamarana divide com Tijucas do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba, o posto de especialista na cultura. São 3,2 mil toneladas de produção anual, puxando as fileiras paranaenses.

“Ajuda porque passamos a não depender tanto de um único produto. Tamarana também é muito forte no inhame, abastecendo boa parte do Estado”, conta o agricultor. “A vacinação está andando bem e tenho certeza que logo poderemos retomar os planos de crescer”, afirma, enquanto acena com o boné para um dos tantos conhecidos que cruzam o caminho do agricultor/motociclista.

MERCADO – O mercado para a produção de gengibre é diversificado. O rizoma pode fazer parte de receitas culinárias, chás e medicamentos. Além disso, a planta é matéria-prima para a fabricação de balas, sorvetes, bebidas, cosméticos e perfumes.

O gengibre vem sendo valorizado pelo mercado por apresentar qualidades anti-inflamatórias, antibacterianas, anticoagulantes, digestivas e também por combater problemas respiratórios.

Segundo dados do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, o preço médio de venda do gengibre ficou em R$ 43,84, a caixa de 20 kg.

Nos meses de janeiro e fevereiro o preço atinge seu ponto máximo, chegando a R$ 180 a caixa de 20 kg. O gengibre, porém, não está maduro nesta época do ano. A maturação ocorre a partir de junho/julho, período em que o preço cai 50%.

dados Governo do Estado do PR.

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