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Governo reconhece pesquisa sobre tolerância do tomateiro à salinidade com Prêmio de Excelência Acadêmica

Estudo da Ufal avança no desenvolvimento de tomates resistentes à salinidade


Foto: Divulgação

A Fundação de Amparo à Pesquisa de Alagoas (Fapeal) fortalece a ciência produzida no estado, ao premiar pesquisadores que se destacam por suas publicações em revistas científicas de alto impacto. Entre os contemplados com o Prêmio de Excelência Acadêmica está Denisson Lima, doutorando do Programa de Pós-Graduação em Agronomia (PPGA) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), que se dedica ao estudo do controle genético da tolerância à salinidade em tomateiros.

O trabalho intitulado “O controle genético da tolerância à salinidade em tomateiro envolve um gene de efeito maior e poligenes associados” contribui diretamente para a compreensão dos fatores que permitem o desenvolvimento de plantas resistentes em ambientes com solos salinos. Essa temática é especialmente relevante para o Nordeste, onde o uso de águas salobras na irrigação e a escassez da chuva impactam a produção agrícola.

“Em áreas onde há acúmulo de sais no solo, o crescimento das plantas é prejudicado e a produtividade cai. Buscamos identificar os genes responsáveis pela tolerância à salinidade, o que pode ajudar na seleção de plantas mais resistentes e adaptadas a essas condições”, explicou Denisson Lima.

A pesquisa revelou que essa característica não é determinada por um único fator genético, mas por uma combinação entre um gene de efeito maior e diversos outros genes de menor impacto, chamados poligenes associados.

Segundo ele, essa descoberta é fundamental para orientar programas de melhoramento genético. “Agora sabemos que a resistência à salinidade depende da interação entre diferentes genes. Isso ajuda a definir estratégias mais eficientes de seleção, especialmente no período entre 30 e 40 dias após o transplante das mudas”, destacou o pesquisador.

Com essa base científica, se obtém um caminho para o desenvolvimento de novas ‘cultivares’ (designação dada a uma determinada forma de uma planta cultivada) de tomate mais produtivas e tolerantes à salinidade, capazes de manter o rendimento agrícola em áreas que sofrem com o avanço da salinização dos solos. Os resultados, segundo o pesquisador, também têm potencial de impacto sobre outros cultivos alimentares, fortalecendo a segurança alimentar em regiões vulneráveis.

O papel da Fapeal na valorização da excelência científica

Criado com o objetivo de reconhecer a produção acadêmica de alto nível em periódicos científicos classificados entre A1 e A4 no sistema Qualis da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), o Prêmio de Excelência Acadêmica Fapeal busca estimular a publicação discente e fortalecer os programas de pós-graduação stricto sensu sediados em Alagoas.

A ação integra as políticas de incentivo à consolidação da pesquisa científica e tecnológica do estado, reforçando a qualificação da pós-graduação e o reconhecimento dos talentos locais.

Segundo Denisson Lima, o apoio concedido pela Fapeal foi essencial para o avanço de sua trajetória acadêmica e para a execução do estudo.  “O incentivo financeiro e institucional da Fundação permitiu viabilizar os experimentos, publicar os resultados e participar de eventos científicos. Esse tipo de apoio é decisivo para que pesquisas em agronomia continuem a se desenvolver, especialmente em contextos onde as limitações estruturais ainda são um desafio”, afirmou ele.

Ele ressaltou ainda o impacto coletivo do prêmio: “Mais do que um reconhecimento individual, o resultado mostra a força da ciência produzida na Ufal e o papel da Fapeal em impulsionar a agricultura sustentável no estado”, pontuou o estudioso.

Perspectivas futuras e avanços científicos

Quanto ao futuro, Denisson Lima pretende dar continuidade aos estudos iniciados no doutorado e acredita que o reconhecimento obtido poderá abrir portas para novas colaborações.

“Os próximos passos envolvem a continuação de pesquisas científicas para poder avançar em novas descobertas. O reconhecimento recebido pode abrir portas para colaborações com outros grupos de pesquisa e instituições, para estudar com mais profundidade. Em longo prazo, esses avanços podem resultar em novas variedades comerciais mais produtivas e resistentes, beneficiando diretamente os agricultores que enfrentam os desafios das condições semiáridas”, completou ele.

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