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Grão também perde espaço para soja no RS

Arroz irrigado deve crescer 0,29%, para 1,108 milhão de hectares


Porto Alegre - Desestimulados com os baixos preços recebidos pelo milho, os produtores gaúchos devem reduzir em 8,2% a área destinada ao grão na safra de verão 2009/10 em comparação com o período anterior. A primeira estimativa da Emater-RS é que as lavouras ocupem 1,275 milhão de hectares, o menor nível desde 2004/05, com 1,206 milhão de hectares.

Segundo a diretora técnica da Emater-RS, Agueda Mezomo, os 113,4 mil hectares a menos na área de milho serão absorvidos pelas lavouras de soja, que devem crescer 3,2%, para 3,946 milhões de hectares, a melhor marca desde 2004/05. O arroz irrigado deve crescer 0,29%, para 1,108 milhão de hectares.

A saca do milho está sendo vendida a R$ 17 no Estado, 25% abaixo da média de um ano atrás e o equivalente a 40% do preço da soja (de R$ 43). "Para atrair o produtor, o milho deve alcançar pelo menos a metade do valor da soja."

Mesmo assim, a produção de milho deve crescer 20% sobre 2008/09, para 5,097 milhões de toneladas, graças à alta de 24,3% na produtividade, em 3.997 quilos/ha. A projeção deve-se às perspectivas climáticas "excelentes" e ao uso crescente de máquinas e implementos permitido pela maior oferta de crédito, como no programa Mais Alimentos, do governo federal, disse Agueda.

A base de comparação deprimida da safra passada também ajudou a elevar a taxa de crescimento prevista agora. Segundo ela, o ciclo anterior foi prejudicado pela estiagem que em novembro e dezembro castigou lavouras em floração nas regiões norte e noroeste do Estado. Cerca de 10% da área já foi plantada, calcula o agrônomo Gianfranco Bratta, da gerência de planejamento da Emater-RS.

Para a soja, que está com as cotações estáveis em relação ao mesmo período de 2008 e começa a ser semeada em outubro, a estimativa preliminar é de uma produção de 8,396 milhões de toneladas, alta de 6,1%. A produtividade deve aumentar 2,7%, para 2.128 quilos por hectare, também beneficiada pelo clima e pelo uso mais intensivo de tecnologia. Segundo Agueda, a variação no rendimento não é tão alta porque a cultura não sofreu tanto quanto o milho com a estiagem.

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