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Há oportunidades externas para trigo forrageiro

“A Rússia fez isto e se deu muito bem"


Na avaliação do analista Luiz Fernando Pacheco, da Consultoria Trigos & Farinhas, o Rio Grande do Sul tem uma clara vocação para a produção de trigo doméstico e forrageiro – que é necessário para o consumo dentro e fora do país. “Cerca de 18,9% da produção mundial de trigo se destina a rações e a demanda, algumas vezes (como o caso do Sudoeste asiático, com importações ao redor de 26 MT) está em lugares onde não se planta trigo em abundância, havendo sempre necessidade de importações”, aponta. 

De acordo com ele, todo o Norte da África (importações de 28 MT anuais) e o Oriente Médio (importações de 19 MT anuais) são grandes oportunidades para quem se dispuser a produzir planejadamente trigos doméstico e forrageiro: “A Rússia fez isto e se deu muito bem. Passou de um exportação de 1,2MT anuais de grãos para mais de 44 MT em 15 anos, dos quais 33 MT são trigo destes tipos. Ela não exporta nada de trigo hard, simplesmente porque não o produz. Vamos ter que brigar com ela, mas, e daí?”.

“Hoje o RS exporta trigo barato, exporta Proagro, Pepro, Pep, prejuízos. Por enquanto, não exporta competitividade. Mas, com planejamento, pesquisa e, principalmente, foco, se pode reverter esta situação e torná-la uma limonada. Sob o aspecto de produção, sabemos perfeitamente que não se domina tipo; nem a pesquisa consegue. Classe se pode dominar, mas tipo não”, sustenta o especialista.

O RS hoje planta menos trigo (699 mil hectares) do que milho (708 mil hectares) e do que soja (5,67milhões de hectares). O déficit de milho chega a cerca de 1,5 milhão de toneladas/ano, que poderia ser coberto parcialmente por trigo forrageiro e farelo de trigo. 

“Ora, todos sabemos que onde se planta soja e milho no verão se pode plantar trigo no inverno. Assim, há um espaço enorme, de aproximadamente 5,0 milhões de hectares no estado que poderiam produzir planejadamente trigo para exportação, dentro e fora do país, de trigos com demanda específica e que atenderiam os requisitos do mercado internacional: regularidade e qualidade específica”, conclui.

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