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Impacto das chuvas nas lavouras de soja no RS

Avanço da colheita de soja no estado é desafiado por condições climáticas



Foto: Nadia Borges

O Rio Grande do Sul enfrentou um período predominantemente úmido, caracterizado pela instabilidade climática com alternância entre chuvas e poucos momentos de tempo seco e calor. Conforme as informações divulgadas no Informativo Conjuntural, divulgado na quinta-feira (02/05) pela Emater/RS-Ascar, vinculada à Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural (SDR), as atividades de colheita da soja foram intensificadas nas janelas de condições ambientais favoráveis, resultando em um avanço da área colhida de 66% para 76% na média estadual.

Segundo o informativo, entretanto, nas lavouras de soja localizadas na metade Sul e Centro-Oeste do Estado, esse índice é menor. Nessas regiões, a operação de colheita foi acelerada tanto por aspectos cronológicos quanto climáticos. No primeiro caso, a jornada diária de colheita foi ampliada ao máximo possível, estendendo-se durante os períodos em que as lavouras apresentavam condições razoavelmente adequadas para o corte e a debulha.

Em relação aos aspectos climáticos, os produtores precisaram adotar estratégias para retirar o maior volume possível de grãos a campo devido à previsão de novas precipitações. Dessa forma, priorizaram áreas de maior produtividade, contrataram serviços extras de terceiros, aumentaram a logística de colheita e transporte e realizaram a operação mesmo com condições desfavoráveis de deslocamento nas estradas, valendo-se, até mesmo, do auxílio de tratores para tracionar caminhões.

Apesar das condições recentemente adversas, como chuvas excessivas no início do ciclo, curtas estiagens e dificuldade no controle da ferrugem-asiática, considera-se que a safra está dentro da normalidade devido à obtenção de produtividades conforme as projeções iniciais. A estimativa de produtividade permanece em 3.329 kg/ha. Os dados do Informativo foram levantados pelos extensionistas da Emater/RS-Ascar na semana passada (22 a 28/04), quando algumas regiões já tinham sido atingidas pelas fortes chuvas.

A colheita da soja na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, na Campanha, teve avanços, inicialmente beneficiada pelo tempo seco. No entanto, em Aceguá, um temporal com granizo em 27/04 afetou as lavouras, causando danos às plantas e às vagens, além de alagamentos devido ao volume concentrado de chuva. No município de Bagé, aproximadamente 35% da área foi colhida, com produtividades variando de 1.500 a 2.700 kg/ha.

A dessecação foi necessária para uniformizar a maturação das lavouras e reduzir a umidade das plantas. A presença de plantas daninhas exigiu o uso de herbicidas, aumentando os custos. Em algumas áreas, foi necessário dessecar azevém e aveia, interferindo na colheita.

Em Candiota, cidade impactada pela estiagem, as produtividades variaram de 600 a 1.500 kg/ha e, nas melhores áreas, atingiram até 2.100 kg/ha. Na Fronteira Oeste, as chuvas limitaram as janelas para a colheita, levando os produtores a realizar a operação, apesar dos grãos úmidos, para evitar perdas maiores. Em Alegrete, 40% das lavouras foram colhidas. Em Maçambará, foram 65%, enquanto em São Borja, também 65% das lavouras foram colhidas, apresentando até 20% de umidade.

Na região de Caxias do Sul, o predomínio da alta umidade relativa do ar, principalmente a partir de 26/04, prejudicou o avanço da colheita, já que as poucas horas adequadas à operação não foram suficientes para permitir a entrada das máquinas. Aproximadamente 75% da área cultivada foi colhida, mas a colheita está atrasada nos municípios de maior altitude nos Campos de Cima da Serra, como Vacaria e Bom Jesus.

Em Erechim, 90% das lavouras foram colhidas, e 10% estão em maturação. A incidência e a previsão de recorrência de chuvas podem levar à redução da produtividade em algumas áreas. Porém, a produtividade ainda se mantém próxima a 3.800 kg/ha. Na região de Frederico Westphalen, a colheita progrediu de forma limitada, sendo colhidas 91% das lavouras.

Na região de Ijuí, a persistência do clima úmido permitiu que a colheita fosse realizada apenas em breves intervalos de sol. Até o momento, 93% das áreas cultivadas foram colhidas. Na região de Passo Fundo, 15% das lavouras estão em estágio de maturação, e 85% foram colhidas, com produtividade em torno de 4.000 kg/ha.

Na região de Pelotas, as atividades foram interrompidas devido à ocorrência de chuvas. Até o momento, 47% das lavouras foram colhidas. Quanto à comercialização, o valor médio reduziu em 1,59%, passando de R$ 121,58 para R$ 119,65, de acordo com o levantamento semanal de preços da Emater/RS-Ascar no Estado.

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