Importações crescem e preços de fertilizantes caem em novembro
Ureia e MAP têm recuo de preços
Foto: Divulgação
De acordo com o relatório da CNA, os preços médios dos principais fertilizantes caíram em novembro: ureia foi cotada a R$ 3.445/tonelada (queda de 2% no mês), o MAP a R$ 4.899/t (recuo de 1%) e o KCl a R$ 2.880/t. O cenário de baixa é sustentado pela menor demanda de grandes importadores como Índia, EUA e Brasil, além da liberação de novas cotas de exportação pela China.
No segmento de nitrogenados, o mercado mostrou reação com o anúncio de compra da Índia, o que limitou o ritmo de queda da Ureia. Ainda assim, o uso de alternativas como o sulfato de amônio (SAM) tem crescido entre os produtores brasileiros. Já os fosfatados, como o map, seguem com pouca atratividade nas negociações, enquanto os potássicos apresentam preços mais estáveis.
A queda nos preços dos fertilizantes trouxe algum alívio, mas a relação de troca (RT) ainda limita decisões de compra em parte das lavouras. No caso do algodão, por exemplo, são necessárias 40,9 arrobas para adquirir uma tonelada de map — um cenário classificado como “muito desfavorável” pela CNA.
Para o milho, o SAM tem se mostrado uma alternativa viável à ureia. A relação de troca foi de 32,2 sacas por tonelada, enquanto a ureia exigiu 50,3 sacas. Já para o café arábica, o momento é mais favorável: a cultura foi a única a apresentar melhora consistente no poder de compra do produtor.
As entregas de fertilizantes somaram 30,5 milhões de toneladas até agosto, crescimento de 9% em relação a 2024. A expectativa é de novo recorde em 2025, apesar do ritmo mais lento em estados como o Rio Grande do Sul. A importação também cresceu: de janeiro a outubro, o país adquiriu 38,3 milhões de toneladas — alta de 4,6% no comparativo anual.
“O produtor brasileiro segue investindo nas lavouras, mesmo diante de margens apertadas e desafios no crédito. O aumento de área e a perspectiva de safra recorde devem sustentar a demanda”, afirma o boletim da CNA.
Um dos destaques do relatório é a mudança no perfil dos fornecedores. A China ultrapassou a Rússia como principal vendedora de fertilizantes ao Brasil. O país asiático lidera nas vendas de SAM e formulações NPs, embora ainda não exporte KCl — o que mantém Rússia, Canadá e Omã como fontes estratégicas deste insumo.
No entanto, o rápido aumento das importações chinesas gerou gargalos logísticos no Porto de Paranaguá, com filas de navios e tempo médio de espera próximo a 60 dias para desembarque.