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Integração é a arma da Tyson Foods para crescer no Brasil

Norte-americana Tyson Foods, maior processadora mundial de carnes, se prepara para se tornar uma das maiores empresas avícolas do Brasil


SÃO PAULO - A norte-americana Tyson Foods, maior processadora mundial de carnes, se prepara para se tornar uma das maiores empresas avícolas do Brasil. Para isso já conseguiu R$ 120 milhões em recursos junto a bancos regionais, que estão sendo aplicados na expansão da sua rede de integrados. A rede saltará para 340 aviários nos próximos meses. Além disso, prepara para 2010 sua entrada no mercado varejista da região Sudeste e entra na fase final dos trâmites para habilitar para exportação a Frangobras, de Campo Mourão, no Paraná, e a Avícola Itaiópolis (Avita), instalada no município de Itaiópolis, em Santa Catarina. As duas empresas, juntamente com a Macedo Agroindustrial, localizada no município de São José, em Santa Catarina, foram adquiridas pela Tyson Foods em setembro do ano passado.

Segundo Jóster Macedo, presidente da Tyson do Brasil, a planta da Macedo a partir do início do próximo ano passará a operar em dois turnos, abatendo 118 mil aves diariamente. Para isso, a empresa deverá contratar cerca de 700 funcionários entre os meses de novembro e dezembro.

As unidades de Campo Mourão e Itaiópolis abaterão 320 mil aves por dia cada uma. "O ano de 2010 será de crescimento bastante agressivo", garante o executivo da Tyson.

Para expandir sua produção a companhia já conseguiu uma linha de crédito com o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), do Paraná, no valor de R$ 100 milhões para investimentos em integrados interessados em entrar na rede. Mais R$ 20 milhões foram oferecidos pelo Banco de Desenvolvimento do Estado Santa Catarina (BADESC).

"No momento nosso foco é incrementar a produção e promover a integração dessas unidades", afirmou o presidente da Tyson no Brasil. "Com essas duas linhas temos capital necessário para dar um salto nos próximos dois anos", acrescentou Macedo.

A próxima fase na captação de integrados é entrar com o projeto de cada produtor rural, já que a linha de financiamento só é disponível para pessoa física. Nesse processo, a equipe de engenheiros da Tyson elabora o projeto e faz os trâmites para conseguir a licença ambiental. "A partir da liberação do dinheiro começa a construção. O processo para chegar na compra dos frangos pode levar de quatro a nove meses", explica o presidente da Tyson.

Segundo Macedo, o crescimento será rápido e é necessário promover a sinergia entre todas as unidades. Até o momento, a companhia conseguiu fazer a integração de toda a área de compra de materiais, planejamento de produção em integrados e está avançando na parte comercial. "Nosso plano foi desenhado desde que Tyson chegou no Brasil ano passado. Queremos fazer as três empresas virarem uma só", disse.

Além de integrar e ampliar as unidades para aumentar a escala de produção, a Tyson deverá, até o final do ano, obter a certificação para expandir o comércio no mercado internacional. As plantas da Frangobras e da Avita ficaram prontas um mês antes de serem compradas pela Tyson e estão aptas para exportar. A planta de Campo Mourão já passou pela aprovação e inclusão do sistema do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) - órgão do governo que emite o certificado internacional de sanidade - e aguarda apenas a publicação da autorização que pode sair a qualquer momento. Já a unidade de Itaiópolis passará pelo processo de auditoria no mês de setembro e deverá ser habilitada até o final do ano.

De acordo com Macedo, hoje a empresa não está toda voltada para mercado externo porque só há uma planta certificada. A unidade de São José já exporta para 20 países, atendendo os principais mercados globais, inclusive a China, para os quais destina de 50% a 60% da sua atual produção.

"Queremos focar o Oriente Médio e ampliar esse mercado, onde a Tyson já tem vários clientes", afirmou Macedo. Coreia do Sul e Cingapura também estão da mira da companhia, mas são mercados que exigem auditorias específicas.

Devido a fragilidade do mercado externo, Macedo explica que a intenção da empresa é ter um mercado interno cativo. "Queremos ter os dois mercados muito fortes, interdependentes", disse.

Para reforçar sua atuação no mercado doméstico, a Tyson acaba de introduzir seus produtos na cidade Porto Alegre em cerca de 300 pontos de venda. A chegada à região faz parte da estratégia da empresa de expandir seus negócios no Sul do País, única região onde atua no comércio de aves. "Para alcançar nossa meta de sermos uma das cinco maiores empresas avícolas do País não podemos ficar apenas no Sul e já no ano que vem devemos chegar no Sudeste", antecipa Macedo.

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