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Lichia pode ser bom investimento

Pesquisas vem aprimorando o cultivo da fruta com controle biológico para o ácaro


Foto: Pixabay

A lichia (Litchi chinensis) é uma fruta de origem chinesa, adaptada a climas subtropicais. A fruta doce, em formato de coração e que aparece na época do Natal vai além de mais uma opção para quem aprecia o formato exótico. No estado de São Paulo vem virando um bom investimento e já é o maior produtor do país. 

A produção tem início dentro de 3 a 4 ano e a colheita ocorre em um período muito curto, de meados de dezembro a início de janeiro. A produtividade normal da lichieira é de 30 a 45 kg/planta. Nas condições brasileiras e em cultivos tecnificados são observadas produtividades de 200 a 300 kg/planta por ano. 

Ainda há muito o que explorar da cultura. A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo desenvolve pesquisas com a planta, por meio do seu Instituto Biológico (IB-APTA) que visam disponibilizar soluções para os pequenos produtores enfrentarem o ácaro-da-erinose-da-licha, principal praga da cultura, que pode reduzir em 80% a produção.

As pesquisas buscam combater a praga por do controle biológico. Não existe no Brasil nenhum defensivo químico registrado para a cultura. Os estudos começaram em 2018 em uma área de produção orgânica no munícipio de Botucatu, no interior paulista. 

Os resultados mostraram que a liberação de ácaros predadores da espécie Neoseiulus californicus mostraram-se úteis para o manejo da praga em períodos de baixa população de ácaros predadores nativos no campo. O Neoseiulus californicus é um inimigo natural de várias espécies de ácaros fitófagos, por isso ajuda no controle da praga que ocorre em diversas regiões brasileiras, além da China, de Taiwan, da Índia, Tailândia e Austrália. 

Desta forma, segundo os pesquisadores, é possível combinar o uso de controle biológico com outras estratégias de manejo, como a utilização das caldas sulfocálcica e bodalesa. A calda sulfocálcica é originada da reação entre cálcio e enxofre dissolvidos em água e submetidos à fervura. A calda bordalesa foi o primeiro fungicida desenvolvido pelo homem e sua ação ocorre devido a compostos provenientes da reação entre sulfato de cobre e cal virgem. Ambas são bem conhecidas pelos produtores de orgânicos.

De acordo com os pesquisadores, o trabalho do Instituto mostrou que o uso da calda sulfocálcica serviu para reduzir a população de Acerialitchii. Já a aplicação da calda bordalesa contribuiu para diminuir a incidência da erinose e também da população do ácaro-praga, que utiliza a erinose como abrigo.

Segundo os pesquisadores do IB, os ácaros se alimentam dos tecidos vegetais e podem provocar enrolamento das folhas, formação de galhas, queda prematura das folhas, além de danos em órgãos reprodutivos e redução na produção. Algumas espécies de ácaros podem ainda ser vetores de viroses para as plantas, o que não é o caso do ácaro-da-lichia. "A pesquisa deve ser continuada na busca de novas estratégias para o manejo do ácaro-praga, com ênfase na seleção de novas espécies de inimigos naturais, incluindo predadores e entomopatógenos, visando minimizar os problemas causados pelo ácaro-praga", explica Mário Sato, pesquisador do IB.

A China hoje  é o principal produtor da fruta, respondendo por 80% da produção mundial. A produção brasileira da fruta é em torno de quatro mil toneladas e o Estado de São Paulo se destaca no cenário nacional, produzindo ao redor de 1,5 mil toneladas.

*com informações da assessoria de imprensa da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo

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