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Mastite bovina: 6 dicas para proteger as vacas dessa perigosa doença

Forma subclínica da doença causa 70% dos óbitos de animais e até 40% de redução na produção leiteira



Segundo pesquisas da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a produção de leite deve crescer cerca de 2% no Brasil neste ano. Frente a um cenário promissor, a mastite bovina continua sendo uma das maiores preocupações dos produtores por conta de seus impactos diretos na produção e qualidade do leite.

A doença, muito comum nos rebanhos leiteiros, caracteriza-se por uma inflamação nas glândulas mamárias, geralmente de origem infecciosa. Se não tratada rapidamente, a enfermidade pode causar danos irreversíveis ao úbere das vacas, que não terão sua capacidade de produção plena quando comparadas àquelas que se mantiveram saudáveis.

1 – Mastite clínica e subclínica

A mastite se manifesta de duas formas: clínica, responsável por alterações no leite e anormalidades no úbere, destacando o aumento de temperatura e edema; e subclínica, considerada a forma mais frequente e que causa cerca de 70% dos óbitos de animais e até 40% de redução na produção de leite. Por não apresentar alterações visíveis, a doença age silenciosamente no animal e costuma ser diagnosticada tardiamente.

2 – Prevenção

Os prejuízos causados pela mastite subclínica envolvem a queda de produção, podendo variar entre 5% e 25%, o refugo de leite feito pelo próprio laticínio e o descarte durante o tratamento. “A prevenção, principalmente através do correto treinamento da equipe de ordenha, é a melhor forma de manter o rebanho sadio. É importante criar uma rotina de cuidados básicos e de higiene para diminuir a incidência da doença”, explica o Gerente Técnico de Pecuária de Leite da Ceva Saúde Animal, Alex Souza.

3 – Higiene

Algumas medidas simples, como manejo correto durante a ordenha, a manutenção e higienização dos equipamentos e dos tetos no momento da ordenha e o investimento em um programa alimentar e genético adequado, também ajudam na prevenção da mastite. “Os animais devem ser alimentados imediatamente após a ordenha e o ideal é que eles permaneçam em pé por pelo menos uma hora antes de deitar, isso evita que micro-organismos do ambiente entrem pelos orifícios dos tetos e contaminem o local”, explica Alex.

4 – Glândula mamária

É importante que as vacas leiteiras passem por uma fase de descanso da glândula mamária, variando entre 45 e 60 dias, entre cada ciclo de lactação. O período seco é necessário para a manutenção da sanidade do úbere, garantindo também a produção de leite após o parto. Porém, essa etapa deixa as vacas suscetíveis às infecções intramamárias.

5 – Secagem

Um dos métodos mais assertivos é a secagem abrupta, no qual a ordenha é cessada no dia da aplicação do antibiótico para vacas secas. Em algumas propriedades leiteiras é realizada a ordenha intermitente, que consiste em diminuir a frequência de ordenhas na última semana de lactação. “Esse método não é indicado, pois pode causar pressão excessiva na glândula mamária e no canal do teto, levando ao vazamento de leite. Unidos, esses fatores deixam os animais mais propensos à contaminação por bactérias que podem levar ao surgimento da mastite”, conta Alex.

6 – Diagnóstico

De acordo com as informações divulgadas pela Ceva Saúde Animal, existem três testes capazes de diagnosticar a doença: prova da caneca (deve ser realizado diariamente), Califórnia Mastite Teste (CMT) e Contagem de Células Somáticas (CCS). Para o tratamento da mastite, é ideal que antes seja feito o cultivo, isolamento e antibiograma para identificar o agente envolvido. Em seguida, deve-se entrar com a utilização de antimicrobianos, de acordo com a recomendação do médico veterinário.
 
“O manejo na fazenda influência diretamente na ocorrência da mastite, assim, o manejo de ordenha deve ser feito de forma assertiva e levando sempre em consideração o bem-estar animal. Outro ponto de atenção constante é a higienização e a desinfecção dos equipamentos utilizados”, reforça o gerente.

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