Mercado avalia impacto da tarifa e relação café-ureia
"Temos uma relação entre café e ureia extremamente abaixo dos padrões históricos"
"Temos uma relação entre café e ureia extremamente abaixo dos padrões históricos" - Foto: Pixabay
O mercado de café segue atento aos desdobramentos recentes que movimentaram o comércio internacional do grão. A retirada das tarifas de 40% impostas ao café brasileiro foi o ponto central das análises feitas pelo especialista de inteligência de mercado Jeferson Souza, que observou os reflexos imediatos e as limitações desse impacto.
Segundo o analista, mesmo com a mudança promovida pela administração norte-americana, os preços continuam firmes e sem variações significativas. Ele ressalta que suas avaliações se concentram no andamento do mercado e no poder de compra do produtor, não em projeções de tendência. Dentro desse recorte, o cenário atual se destaca. Ao comparar o poder de compra do cafeicultor com a média da última década, Jeferson classifica o momento como excepcional.
Essa leitura é reforçada pela relação entre café e ureia, hoje muito abaixo dos padrões históricos. Embora esse indicador seja mais acompanhado por produtores de grãos, que costumam monitorar relações de troca de forma mais constante, o analista lembra que o mercado de café costuma reagir mais a questões de janela do que a movimentos estruturais de insumos.
Ele destaca ainda que o consumo de fertilizantes pelo setor representa cerca de 4,5% a 5% da demanda nacional, com maior concentração em Minas Gerais e Espírito Santo. Esse recorte regional ajuda a dimensionar como oscilações de insumos podem repercutir no planejamento dos cafeicultores, mesmo em um momento considerado favorável para as relações de compra.
“Temos uma relação entre café e ureia extremamente abaixo dos padrões históricos, apesar de o produtor de café não acompanhar tanto esse movimento como o produtor de grãos. Em geral, o produtor de grãos é mais atento às relações. O mercado do café é mais guiado por uma questão de janela”, conclui.
