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Mercado de melancia sem semente avança no Brasil

Saiba quais os diferenciais em genética, vantagens e como cultivar


Foto: Arquivo

A melancia é a fruta do verão e em um país tropical como o Brasil ganha muitos fãs por ser refrescante, hidratante, rica em antioxidantes, vitaminas, sais minerais além de ser anti-inflamatória. O Rio Grande do Sul é o maior produtor nacional com, em média, 290 mil toneladas. São Paulo e Goiás também se destacam. 

E o sabor já conhecido ganhou uma novidade nos últimos anos: vem sem sementes. A ausência dos grãos já é muito popular em mercados como os Estados Unidos (domina mais de 95% do total) e Espanha (70% do mercado). O híbrido sem sementes está começando no Brasil. Ocupa cerca de 2% da área plantada. Entre as variedades está a chamada Pingo Doce. A melancia, de em torno 7kg, tem a casca verde escura e tem maior durabilidade na prateleira. 

Para o produtor o manejo é semelhante à outras variedades com o diferencial de que deverá plantar uma variedade com sementes junto para que haja a polinização. É fundamental também a presença de abelhas na lavoura. 

Conversamos com Paulo Tomaseto, Diretor Comercial Nunhems Brasil, responsável pela semente da Pingo Doce. 

Portal Agrolink: quando chegou ao mercado a melancia sem sementes era uma novidade e tanto. Como é feita a genética que garante a ausência de sementes ou aquelas sementes pequenas e comestíveis?
Paulo:
as melancias triploides (com menos sementes) são frutas produzidas através do cruzamento natural de pólen à campo dentre as plantas doadoras (melancia com sementes) e receptoras de pólen (polinização naturalmente realizada por abelhas).
 
Portal Agrolink: que outras características nutricionais a variedade apresenta?
Paulo:
a melancia obtida pelo sistema Pingo Doce tem o dobro de antioxidantes quando comparada às melancias convencionais, além de ser a fruta in natura com um dos maiores teores de licopeno em sua composição, contribuindo para uma alimentação ainda mais saudável aos consumidores. Por ser uma fruta que possui mais de 90% de água, ela também é indicada para a reidratação na prática de atividades físicas.
 
Portal Agrolink: o cultivo no Brasil começou em 2016. Como está o panorama hoje em termos de regiões, área plantada, produtividade?
Paulo:
 a área cultivada com melancia Pingo Doce vem crescendo ano após ano para atender o aumento da demanda pela fruta. A produção da melancia no modelo Pingo Doce está presente nos principais polos produtivos do país, com destaque para Piauí, Bahia, Tocantins, Goiás, São Paulo, Rio Grande do Sul e Minas Gerais. Isto garante um abastecimento constante aos consumidores.
 
Portal Agrolink: a semente é mais cara? Como está esse mercado de sementes hortifrúti hoje?
Paulo:
há grande demanda dos consumidores pela melancia Pingo Doce, resultado da consolidação da fruta no varejo. Estamos comprometidos com a sustentabilidade da cadeia como um todo, adequando oferta e demanda para garantir a rentabilidade do agricultor. 
 
Portal Agrolink: o produtor que tem interesse o que deve ter e fazer?
Paulo:
é preciso se adequar às exigências de manejo para produzir a melancia Pingo Doce. A diferença entre o produto obtido com o sistema Pingo Doce e as demais melancias começa no campo. O manejo exige uma série de práticas mais sustentáveis. Entre elas, a irrigação por gotejamento, que reduz o consumo de água, a manutenção de um ambiente atrativo para as abelhas e o uso adequado dos defensivos indicados para o cultivo.

Portal Agrolink: quais as vantagens em renda e produtividade?
Paulo:
a Pingo Doce, no Brasil, é baseada em um case de sucesso no mercado de frutas da Espanha. No país europeu, a melancia Fashion aumentou o interesse do consumidor final. A partir da iniciativa da Nunhems®, o consumo per capita de melancia dobrou no período de dez anos na Espanha. Este modelo é a inspiração para a Nunhems® Brasil criar a Pingo Doce. A empresa levou agricultores e técnicos à Espanha para entender como é possível agregar valor ao produto. Não se trata somente de um híbrido, mas de um sistema produtivo que visa oferecer um produto funcional, de alta qualidade com constância de oferta à mesa dos consumidores.

Veja mais detalhes na reportagem em vídeo:

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