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Mercado do trigo está no limite?

Custo da matéria-prima tem que retornar a níveis suportáveis pelos consumidores finais


Foto: Pixabay

De acordo com a Consultoria TF Agroeconômica, há sinais claros de que o mercado de farinhas e seus subprodutos está chegando a um ponto de exaustão, em que a única direção possível é a da queda de preços. “Sabemos que há, ainda, uma lacuna entre o custo de produção dos moinhos e os preços de venda das farinhas e que novos reajustes são necessários e defendemos isto”, diz o analista sênior da TF, Luiz Pacheco. 

“A questão não é esta, mas a de que o custo da matéria-prima tem que retornar aos níveis suportáveis pelos consumidores finais, porque eles têm um poder extraordinário nas mãos: o de simplesmente não comprar, porque não fará falta. É o que está acontecendo, neste momento. Os moinhos/indústrias/supermercados são meros prestadores de serviço (de moagem, armazenagem e distribuição) entre a matéria-prima e o consumidor final”, sustenta.

De acordo com ele, dos três maiores subprodutos do trigo no Brasil, dois são considerados supérfluos, no sentido de que são facilmente substituídos em caso de aperto financeiro: massas e biscoitos. “O pãozinho é aparentemente insubstituível, pelo menos na maior parte do país”, analisa o especialista.

“Nas últimas três semanas temos ouvido sistematicamente que os compradores de farinha, os distribuidores, as indústrias e os supermercados estão estocados, com vendas cada vez menores. Os consumidores finais estão reagindo aos preços altos, buscando alternativas, escolhendo produtos de segunda linha, trocando produtos mais elaborados por produtos mais simples e, principalmente, comprando menos quantidade. Também estamos ouvindo informações sobre o crescimento da inadimplência”, alerta Pacheco.

“Dentro da lógica do mercado, o aumento dos preços deveria levar a um aumento da produção e consequente baixa nos preços. Aparentemente vai haver aumento de produção (de 7,44 MT para 8,5 MT, segundo fontes do mercado). Precisamos saber se este aumento de produção ficará no mercado interno ou se vai ser escoado para a exportação. Mesmo assim, a lucratividade do produtor está garantida”, conclui.

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