Mercado interno de milho segue lento no Brasil
Etanol de milho ganha espaço e amplia participação na produção nacional
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O etanol de milho consolida seu avanço no setor bioenergético brasileiro, com custo 24% inferior ao da cana-de-açúcar — R$ 1,94 por litro contra R$ 2,54 por litro, segundo o BTG Pactual. De acordo com análise da Grão Direto, divulgada nesta segunda-feira (27), essa vantagem competitiva deve impulsionar a produção, que deve atingir 10,2 bilhões de litros na safra 2025/26, representando quase 30% de toda a produção nacional.
Enquanto isso, as usinas de cana-de-açúcar reduziram em 12% a oferta de etanol, priorizando o açúcar, que voltou a apresentar melhor rentabilidade no mercado internacional. Mesmo com o recuo recente da gasolina, o etanol hidratado permanece valorizado em Ribeirão Preto, principal polo produtor do país.
As margens das usinas de etanol de milho seguem acima de R$ 1 por litro, impulsionadas pela venda do DDG — subproduto que representa cerca de 25% da receita total. O desempenho confirma uma demanda consolidada pelo cereal brasileiro, reforçando a tendência de expansão dessa matriz no setor energético.
No mercado internacional, o milho negociado na Bolsa de Chicago (CBOT) segue sem novos dados da CFTC em razão da paralisação do governo dos Estados Unidos. O setor acompanha o avanço do plantio na Argentina, que atingiu 34%, segundo a Bolsa de Buenos Aires, 4% acima da semana anterior e uma semana adiantado em relação a 2023. Desde o fim de setembro, o contrato de milho para dezembro de 2025 acumula alta de US$ 0,07 por bushel. Nos últimos 15 anos, o desempenho entre outubro e novembro foi positivo em seis anos, negativo em oito e estável em um.
No Brasil, o mercado interno do milho segue lento, com negociações pontuais. Compradores mantêm postura cautelosa, realizando apenas aquisições imediatas, enquanto produtores permanecem resistentes em vender, aguardando melhores condições de preço.