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Micotoxinas no milho podem afetar humanos e animais

Agricultores acabam estimulando sem querer como atraso na colheita


Foto: Eliza Maliszewski

O milho e seus derivados está na alimentação diária de pessoas e animais. A ocorrência de podridão e mofamento em grãos de milho está entre os principais problemas fitossanitários para essa cultura. A ocorrência de fungos reduz a qualidade e a quantidade de grãos produzidos, resultando em perdas econômicas ao produtor, uma vez que o valor pago pela indústria depende da quantidade de grãos ardidos nas amostras, sendo 6% o valor máximo tolerado. Mas este problema esconde mais do que prejuízos financeiros. Os fungos podem conter micotoxinas. As toxinas mais comuns produzidas por eles são Fusarium, Aspergillus e Penicillium.

O pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo, Marco Aurélio Pimentel, explica que as micotoxinas contaminam o milho ainda no campo ou logo após a colheita no transporte e armazenagem. “A olho nu não dá para perceber porque elas podem ocorrer em grãos normais e nos com fungos aparentes, como os ardidos. Apenas a identificação dos ardidos não indica a contaminação. A forma mais segura é com análise laboratorial”, completa.

Os danos à saúde podem ocorrer tanto em humanos como em animais. Nas pessoas podem surgir problemas no fígado e rins, lesões cerebrais e até a morte. Nos animais que consomem a ração o desenvolvimento é afetado como redução no ganho de peso, problemas reprodutivos e, em casos estremos, a morte também.

Como evitar o problema

Pimentel reforça que o produtor deve trabalhar com a prevenção: não deixando os grãos no campo após atingir o ponto de colheita. Após a colheita realizar a limpeza como retirar restos de plantas, grãos quebrados e verificar se o teor de umidade não está acima de 13%; realizar a limpeza do local de armazenamento com a retirada de grãos de outras safras, vazamentos no telhado ou solo e monitorar a temperatura dos grãos nos silos. Também é importante controlar os insetos que atacam os grãos para evitar a colonização dos fungos, seja com inseticidas ou com expurgo nos lotes. 

Algumas dessas práticas como a compra de máquinas de ar e peneiras ou equipamentos que separam grãos por peso têm um custo considerável, mas o pesquisador destaca que com prevenção e controle no campo, aliando as duas estratégias, é possível combater as micotoxinas .
 

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