MT: como foi o algodão em 2021

Em 2021, a área de algodão para a safra 20/21 apresentou corte de 15,02% ante a safra 19/20 no Mato Grosso. A postergação da semeadura do algodão empurrou grande parte das áreas para fora da janela ideal, período em que historicamente são observados menores volumes de chuvas no estado. Diante desse cenário, as áreas mais tardias foram afetadas com o estresse hídrico, o que refletiu na redução da produtividade.

A produção total reduziu 23,05% ante a safra passada, ficando consolidada em 4,00 milhões de toneladas de algodão em caroço. Por outro lado, o preço da pluma disponível atingiu níveis recordes no ano, alcançando uma média anual de R$ 166,96/@, alta de 73,05% quando comparado com 2020.

Tal avanço nos preços está atrelado à valorização do dólar, ao acréscimo no preço da pluma na bolsa de NY e à forte demanda do mercado. Houve alta no comparativo anual de 34,93% e 26,24% para o contrato de julho e dezembro, respectivamente.

Por fim, a menor produção neste ano afetará as exportações da pluma em MT, no qual é aguardada uma queda de 34,04% nos envios ante a safra passada (projetada em 1,09 milhão de toneladas). Essa menor produção no estado fez os subprodutos do algodão valorizarem em 2021, apresentando variações de 124,09%, 116,11% e de 78,56% para o caroço, torta e óleo, respectivamente.

Para a safra 21/22 o adiantamento da semeadura da soja possibilitou uma janela “mais tranquila” para o cultivo do algodão segunda safra e com a perspectiva de um maior percentual de área dentro da janela ideal de cultivo, os riscos quanto à produtividade esperada tendem a diminuir. Diante desse cenário, espera-se que a área da safra 21/22 seja ampliada em 14,69% ante a safra 20/21, ficando projetada em 1,10 milhão de hectares. Ademais, com a projeção inicial de produtividade indicando uma alta, a produção no estado está aguardada em 1,96 milhão de toneladas de pluma.