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OMC já admite que guerra atrasará acordos comerciais


Autoridades envolvidas em negociações na OMC (Organização Mundial de Comércio) já reconhecem que o conflito no Oriente Médio, que provocou um racha entre os países pró e contra o ataque, dificilmente deixará de afetar as conversas sobre redução de tarifas e outras barreiras às transações mundiais. O cronograma acertado em Doha (Qatar), em 2001, que previa o fim das conversas sobre reduções de tarifas em dezembro do próximo ano, dificilmente será respeitado. Segundo ministros e negociadores, serão necessários mais dois ou três anos, pelo menos, de conversas para que uma proposta final seja alcançada.

Em um sinal de que as conversas levarão mais tempo do que o previsto, a nova proposta para liberalização do comércio de produtos agrícolas foi rejeitada ontem pela União Européia, pela Austrália e pelo Japão. O tema é o mais sensível nas discussões.

Racha

As divergências políticas e diplomáticas, especialmente as no interior da própria União Européia, deverão resvalar para o campo econômico. "A guerra não terá efeitos positivos nas negociações", afirmou o embaixador do Uruguai na OMC, Carlos Perez del Castillo. Em setembro, haverá um encontro de ministros dos países-membros da OMC em Cancún, no México. Embaixadores dizem que, na reunião, deverá ser proposto o adiamento do prazo final estabelecido em Doha.

No próximo dia 31, vence o prazo que os países-membros têm para chegar a um arcabouço inicial para uma proposta de redução de tarifas, subsídios, cotas e outras barreiras comerciais. As conversas sobre a questão agrícola já beiram um impasse. A versão revista da proposta de liberalização do setor não conquistou o apoio da União Européia e do Japão, que argumentam que o projeto traz muitos desequilíbrios entre as regiões. Para ambos, os países exportadores sairiam muito beneficiados.

Otimista

Na contramão do pessimismo reinante entre os negociadores da OMC, o subsecretário de Comércio dos EUA, Grant Aldonas, disse que não vê motivos para que a campanha militar no Iraque interfira nos esforços diplomáticos sobre questões comerciais. Para Aldonas, os interesses econômicos dos países estarão acima de qualquer outra motivação. "Não me preocupo com os efeitos de uma guerra ao Iraque nessas questões", afirmou.

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