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Organização que faz diferença

Laticínio que está sendo instalado em Ibiporã vai possibilitar aumento da produção e ganhos de pequenos produtores


Os produtores de leite de Ibiporã, no Norte do Estado, começam a colher os frutos do esforço e organização, com a concretização da usina do leite, que será instalada dentro de dois anos. Profissionalizar a produção, com os suportes técnicos que garantem a qualidade do produto e, por consequência, uma boa remuneração, é a meta dos pequenos produtores, que se reúnem em torno de uma associação.

A expectativa é que a incipiente produção, que hoje atende consumidores por meio da entrega direta, seja incrementada pela exigência de um volume maior de leite para o funcionamento da indústria e como resultado natural da adoção de práticas adequadas na propriedade. Os atuais 1,3 mil litros de leite facilmente alcançarão os 2 mil litros necessários para o laticínio. A previsão é de Antônio Carlos Ulbrich, técnico da Emater que presta assistência aos produtores.

A sanidade do rebanho, comprovada por exames laboratoriais de rotina, a ordenha dos animais e transporte do leite de acordo com normas técnicas vão trazer um duplo benefício à população de Ibiporã. ""Os produtores vão poder erguer a cabeça e dizer: "sou um produtor de leite". Os consumidores terão acesso a um alimento de qualidade"", diz Ulbrich. Um dos destinos da produção é o programa Leite das Crianças, do governo do Estado.

Valdevino Nunes de Azevedo é enquadrado como pequeno produtor, mas pensa grande. A produção diária de 30 litros só não é maior por falta de clientes, questão que pretende resolver com a entrega do leite na usina. A estrutura para o aumento da produção já existe. Azevedo está formando um plantel, com a mistura das raças jersey e holandesa. Seis fêmeas foram inseminadas artificialmente e já criaram oito vacas.

""Valdevino é dedicado"", atesta o técnico da Emater. ""Quando percebe uma vaca no cio, deixa tudo o que está fazendo e sai atrás da inseminação. Desta forma, está conseguindo formar um bom rebanho"", diz.

O produtor já investiu até mesmo na ordenhadeira mecânica, comprada há dois anos para facilitar o trabalho. ""As vacas produziam tanto que não conseguia tirar todo o leite"", conta Valdevino. Negociou o equipamento por um bom preço, construiu o abrigo que é coberto com telhas de fibrocimento e assentou um piso cerâmico. Na hora da ordenha, segue todos os procedimentos técnicos, como a limpeza do úbere, teste da caneca e a higienização de todos os utensílios.

A vida na propriedade é trabalhosa, com todas as tarefas da produção de leite, além de uma pequena criação de galinhas, porcos e algumas colméias. Mas Valdevino conta com o apoio e dedicação da mulher, Celina, e do filho Wagner, de 14 anos.

Jair Albino Carvalho, atua como empregado de uma pequena propriedade que produz 60 litros diários, mas representa os patrões na associação de produtores. A ordenha é manual, mas Carvalho instalou uma empacotadeira de leite. O produto embalado, segundo ele, agrada os consumidores. Ele ainda auxilia a mulher, Maria Bendita dos Santos Nalin, a administrar a sua propriedade.

Além do ganho em qualidade e a possibilidade de aumentar os rendimentos, Carvalho cita uma outra vantagem da instalação do laticínio. ""Vamos ter mais tempo para trabalhar na propriedade, porque não gastaremos mais de duas ou três horas para entregar o leite na cidade"", afirma.

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