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OVO X COLESTEROL: desvendando mitos e verdades

Engenheiro Agrônomo Juarez Morbini Lopes, PhD em Nutrição Animal, abordou essas questões em um estudo que refuta as noções equivocadas sobre os ovos



Ovo possui elevado teor de proteínas, energia, minerais e vitaminas, importantes para a nutrição human Ovo possui elevado teor de proteínas, energia, minerais e vitaminas, importantes para a nutrição human - Foto: Divulgação

Por décadas, o ovo esteve envolto em controvérsias, especialmente relacionada aos seus supostos efeitos nocivos sobre o colesterol e a saúde cardiovascular. No entanto, as evidências científicas vêm desmentindo esses mitos, destacando os benefícios nutricionais desse alimento completo e acessível. O Engenheiro Agrônomo Juarez Morbini Lopes, PhD em Nutrição Animal, abordou essas questões em um estudo que refuta as noções equivocadas sobre os ovos. Em sua pesquisa, Doutor Morbini destaca que o consumo moderado de ovos não está associado a um aumento significativo nos níveis de colesterol LDL, o chamado "colesterol ruim".

Um estudo mencionado, realizado em 2007 e reportado no "Medical Science Monitor", examinou os hábitos alimentares de 9.500 pessoas e concluiu que o consumo diário de ovos não aumentou o risco de doenças cardíacas ou infarto em adultos saudáveis. Além disso, sugere-se que o consumo de ovos pode até mesmo contribuir para a redução da pressão sanguínea.

A Associação Americana do Coração (AHA) tem revisado constantemente suas diretrizes em relação ao consumo de ovos, e atualmente recomenda a ingestão de pelo menos 4 ovos por semana devido aos benefícios nutricionais que oferecem, essenciais para a manutenção da saúde. É fundamental compreender que o colesterol desempenha papéis essenciais no organismo, incluindo a produção de ácidos biliares, digestão de gorduras, síntese de hormônios sexuais e formação de membranas celulares. Uma deficiência de colesterol pode levar a problemas de infertilidade e predisposição para condições como depressão e infecções.

Doutor Morbini ainda destaca ainda que a maior parte do colesterol presente no corpo humano é produzida pelo fígado e é influenciada por fatores genéticos, não apenas pela dieta. Estudos realizados com grupos com diferentes níveis de colesterol plasmático demonstraram que o consumo diário de ovos não provocou mudanças significativas nos níveis de colesterol, confirmando a falta de relação entre o consumo de ovos e a colesterolemia.

Além de fornecer proteínas de alta qualidade, energia, minerais e vitaminas, o ovo é um alimento altamente nutritivo, comparável a uma porção de carne bovina em termos de valor nutricional. No entanto, é importante consumi-lo de forma adequada, evitando o consumo excessivo de clara crua devido à presença da enzima avidina, que pode interferir na digestão.

Em termos de preparação, o cozimento rápido é preferível para preservar ao máximo os nutrientes do ovo. A perda de valor nutricional está diretamente relacionada ao tempo de cozimento, sendo recomendado o consumo de ovos cozidos por um curto período de tempo para maximizar seu valor nutritivo.

Embora o Brasil esteja aumentando seu consumo médio de ovos nos últimos anos, ainda há necessidade de maior esclarecimento sobre os benefícios desse alimento completo e acessível. O ovo não deve ser visto como vilão, mas sim como uma fonte valiosa de nutrientes que pode ser desfrutada por todas as idades, contribuindo para uma dieta saudável e equilibrada.

Ao desmitificar a relação entre ovos e colesterol, Doutor Morbini espera que as pessoas possam apreciar esse alimento sem medo e desfrutar de seus inúmeros benefícios para a saúde. Como brincou o escritor Luiz Fernando Veríssimo, quem sabe agora não seja hora de recuperar todos os ovos que deixamos de consumir ao longo dos anos?

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